ABCPCC entrevista: Ulisses Lignon Carneiro
Nome de referência na criação do cavalo de corrida, que esteve à frente, por mais de 3 décadas, das operações do Haras Bagé do Sul, concedeu entrevista ao website da ABCPCC.
Se, do lado de fora das pistas, o turfe brasileiro, enquanto atividade organizada, enfrenta, de longa data, severas crises e dificuldades, do lado de dentro, o Puro-Sangue Inglês, criado no Brasil, e que dá corpo às corridas do país, é artigo de respeito e reconhecimento, mundo afora. O êxito da criação nacional vem a reboque de grandes investimentos e, sobretudo, do talento de verdadeiros “artesãos” que dedicam suas vidas ao desempenho de tão desafiadora missão.
E, dentre tantos “artesãos”, raros são os nomes de tamanha referência quanto o de Ulisses Lignon Carneiro.
Há mais de 3 décadas atuando como médico veterinário, frente ao Haras Bagé do Sul, Ulisses trilhou, ao longo de sua carreira, um caminho bastante extenso, pavimentado por grandes conquistas, animais históricos e clientes relacionados a algumas das maiores operações do PSI nacional, de sua época.
Em 2025, com o encerramento das atividades do pensionato do Haras Bagé do Sul, por um lado será possível concluir que, uma extensa e bela história, terá seu ponto final. De outro lado, todavia, a permanência de Ulisses, na atividade, bem como todo o acervo genético cultivado a partir dos anos e mais anos de Bagé do Sul, levarão o interlocutor à ideia de que, na realidade, essa história ainda está muito longe de seu fim.
Abordando uma série de nomes e assuntos que permearam sua rica trajetória profissional, Ulisses concedeu entrevista ao website da ABCPCC.
No ano que vem, conforme amplamente divulgado, terá fim o pensionato do Haras Bagé do Sul. Como será o processo de encerramento das atividades do haras? E, uma vez encerradas, quais são os seus planos, para os anos que virão adiante?
R.: Até o final de maio, eu preciso entregar os campos. Ainda assim, consegui autorização para utilizar, por mais mais três meses, os pavilhões, para os produtos da geração 2023, que vai ser vendida dia 7 de maio. São os potros que não precisam mais do campo, então, eu apenas precisarei terminar a criação, nos pavilhões. Mas as éguas e os produtos da geração 2024 precisarão ser retirados de lá, até o final de maio. Todos os meus clientes são sabedores disso e eu tenho tentado orientá-los da melhor maneira possível. Há diversos pensionatos em Bagé e no Paraná que podem manter o nível de qualidade que eu sempre procurei dar, durante todo esse tempo. Posteriormente, sendo algo que, na realidade, já está acontecendo, eu passarei a fornecer consultoria, procurando passar minha experiência desses 36 anos de Bagé do Sul, a haras e criadores pelos quais eu seja chamado. Atualmente, estou prestando consultoria a dois haras, no Uruguai, inclusive no Cuatro Piedras, que é onde eu mantenho as minhas éguas uruguaias.
Há 20 anos, o Leroidesanimaux vencia, nos Estados Unidos, o Citation Handicap (G1), que simbolizou a primeira vitória de graduação máxima, do Haras Bagé do Sul, no exterior. Por outro lado, a reinauguração de Maroñas, bem como o turfe de Dubai, ainda eram novidades, ou realidades um tanto distantes, para os criadores e proprietários brasileiros. Nesse contexto, àquela época, você já enxergava os caminhos do Bagé do Sul nesses outros países - ou era algo difícil de se mensurar?
R.: Em 2003, quando eu arrendo o Bagé do Sul, posteriormente ao leilão de liquidação do Bagé do Sul e a uma passagem relâmpago do Rio Aventura, no haras, devido a ter muitos clientes do tempo do Bagé do Sul – quando eu criava e era empregado do haras -, nós transformamos o haras num pensionato. Em cinco ou seis anos, o pensionato se transformou em um dos maiores da América do Sul, devido ao apoio que recebemos de grandes proprietários: Coudelaria Jéssica, Stud Alvarenga, Stud São Francisco da Serra, Haras Anderson - que nos apoiou, em 2003, trazendo toda a sua produção e todas as éguas do Paraná, além do Dodge e do American Gipsy, enquanto o haras era construído, aqui em Bagé. Em seguida, o pensionato ganhou ainda mais força, por meio do Stud Mega. O Gonçalo (Torrealba) e o Ibrahim (Eris) me apoiaram bastante após o sucesso que o Stud TNT teve com os animais adquiridos no leilão de liquidação do Bagé do Sul. Ali, foram comprados o Leroidesanimaux, que se chamava Apocalypse Boy; o License To Run, que se chamava Anasoli; e a Lovely Rafaela, três ganhadores de grupo, sendo dois exportados. Daquela mesma geração, também fizeram parte a American Night e o Amado Fighter, outros dois ganhadores de G1. Mas, especificamente, sobre os contextos de Uruguai e Dubai, eu ainda não possuía nenhuma ideia ou perspectiva, apesar de, em 2007, ter levado um cavalo meu para o Uruguai. Esse cavalo era o Alcorano. A partir dali tudo começou a mudar, em relação à envergadura que o Bagé do Sul veio a ter.
Ainda em relação ao leilão de liquidação do Bagé do Sul – e ao Leroidesanimaux. O que passou pela sua cabeça quando o leilão foi realizado? O que se passa, 2 décadas depois, com o Uilisses e o Bagé do Sul, corresponde, de certo modo, ao que você tinha como planos para o futuro, na época do leilão?
R.: Aquele leilão, acho eu, deve ter sido o maior da raça de PSI, na América do Sul, em todos os tempos... Foram 241 números, ao todo. Todos os animais foram comercializados. Olhando para frente, eu tinha muita confiança de que teríamos uma trajetória bonita, a percorrer. Até porque, em 1999, quando o Sr. Benzion (Levy, titular do Haras Bagé do Sul) faleceu, no leito de morte, lá no hospital, eu prometi a ele que levaria o nome do Bagé do Sul até onde fosse possível. E com o advento do Bagé do Sul no Uruguai, que foi registrado em meu nome, e com o apoio dele, Benzion, lá do céu, a gente começou a galgar esse sucesso todo que o Bagé do Sul teve, de lá para cá, até chegarmos ao estágio de levarmos, nos últimos 3 anos, cavalos para Dubai. Eu tinha certeza de que as coisas iriam dar certo. Eu tenho uma equipe maravilhosa, que trabalha até hoje comigo. Havia e ainda há funcionários que estão há mais de mais de 30 anos comigo e com o Bagé do Sul.
Como a sua relação com turfe uruguaio iniciou e passou, ao longo do tempo, a se intensificar? Houve algum marco ou acontecimento que você identifique como uma "virada de chave" para que a sua marca e nome tenham conquistado tamanha referência, no turfe do país vizinho?
R.: A “virada de chave” foi, sem dúvida alguma, o Alcorano. Foi um cavalo que eu levei para o Uruguai, quando ele virou três anos. Ele ganhou o GP Pedro Piñeyrúa, depois ganhou o Manuel Quintela. Chegou a se classificar para correr o “Latino”. Depois, quando ele se lesionou, eu resolvi levá-lo para um haras em Melo, na fronteira com Aceguá. Ali, eu levei três éguas, que tinham tido bom resultado com o pai dele, Public Purse. E aí começou a decolar o “projeto Uruguai”.
E Dubai? Como tudo aconteceu e o que representou para você, em sua trajetória profissional - sobretudo com os resultados obtidos pelo Atlético El Culano, que, por lá obteve vitória clássica e colocações em páreos de alta graduação?
R.: O projeto de Dubai foi algo que o Antônio “Tolu” Cintra já vinha realizando há anos. Desde quando ele treinava no Brasil, ele foi por dois, três anos a Dubai, tinha tido relativo sucesso. Em 2021, eu mandei o Trancaferro, um filho do Alcorano, muito bom. Em 2022, fomos com o Atlético El Culano, esse já um cavalo extraordinário, de mais de 560 quilos, que havia vencido o “Ramirez” e já se encontrava rumo aos 5 anos. Não tinha muito mais o que fazer no Uruguai e eu achei que ele poderia, pela sua classe, pela sua aptidão para correr, ir bem em Dubai. Tivemos sucesso com o Atlético El Culano. O cavalo foi bem, fomos convidados para correr a Godolphin Mile, de última hora, e ele fez terceiro nessa prova. Essa foi a maior alegria que os cavalos me deram. Eu estava presente, com minha esposa e amigos. Foi um dia marcante. Isso aconteceu em março de 2023. No final do ano, em dezembro, ele venceu o Entisar Stakes e, depois, ele acabou se lesionando. Em 2024, tivemos a Pacholli, que também foi convidada para correr a Godolphin Mile. Levamos ela para lá e acabamos vendendo-a dias antes da prova. Ela chegou em cima da hora, não estava no último furo, mas, mesmo assim, correu, participou e eu também considero essa uma empreitada de muito sucesso.
Durante a trajetória do Haras Bagé do Sul, vários foram os reprodutores importados e/ou utilizados, ao logo dos anos. Com Holding Glory e Alcorano, que restaram bastante aproveitados e incentivados por você, o haras - já sob a sua condução - conquistou resultados dos mais expressivos. Diante da ausência de ambos, você tem, em mente, algum nome que poderia substituí-los? Do mesmo modo, enxerga uma tendência, na criação brasileira, em prestigiar as "pratas da casa" - com base nas recentes sindicalizações de Pimper's Paradise, London Moon e outros?
R.: A questão do garanhão nacional é uma questão de apoio. Veja o que aconteceu com o Holding Glory, com o Alcorano. A criação brasileira não tem o costume de apoiar o garanhão nacional, não adianta. O garanhão nacional e seus filhos têm que mostrar nas pistas. Eu sempre digo que o disco é o que manda. O Alcorano teve que mostrar nas pistas, o maior índice de classismo do Uruguai, 41%. No Brasil, igualmente, os índices dele também são extraordinários. Mas, mesmo assim, não foi prestigiado à altura. O Holding Glory também teve uma morte muito precoce, poderia ser um cavalo para substituir o Alcorano, que nos deixou saudade. Sua última geração, de cerca de 20 produtos, nasceu, agora, em 2024. A anterior, nascida em 2023, eu considero espetacular. Acho que Pimper’s Paradise e London Moon, se bem apoiados, são cavalos que podem, tranquilamente, ter o sucesso que merecem.
Há pouco, mencionamos alguns nomes, como Leroidesanimaux, Alcorano, Atlético El Culano, enfim, animais que, certamente, representaram marcos para você, enquanto criador e/ou proprietário. Quais foram os nomes que mais te marcaram e as maiores emoções que você viveu, enquanto criador e/ou proprietário de PSI?
R.: Vários cavalos me marcaram. Leroidesanimaux, Alcorano, Atlético El Culano, são 35 ganhadores de grupo 1 criados por mim. Ganhadores de grupo 2 e grupo 3 eu perdi a conta, então são vários os nomes. Sem dúvida, o Alcorano me marcou muito, mas a emoção de Dubai foi imponente. O terceiro lugar do Atlético El Culano, a experiência de ir ao pódio, em Dubai, ficou marcada para o resto da minha vida.
Voltando no tempo: como foi o início do Ulisses no turfe e na criação? Como você conheceu o Sr. Benzion Levy e o que ele representou na sua vida?
R.: Eu conheci o Seu Benzion, junto com o Dr. (Heliodoro de Oliveira) Duboc, no dia da minha formatura. Seu Benzion e o Dr. Duboc tinham uma amizade grande com o meu pai, que era uma espécie de procurador do Haras Bagé do Sul, aqui no Rio Grande do Sul. Nós morávamos em Porto Alegre e eu fazia faculdade de Bagé. Então, o Seu Benzion foi convidado pelo meu pai, com o Dr. Duboc, para ir na festa da minha formatura. Nesse dia, o Seu Benzion me convidou para trabalhar no haras, junto com o doutor Rômulo, que era veterinário residente. Trabalhei quase três anos como veterinário assistente do Dr. Rômulo e a partir de 1991 eu assumi as rédeas do Bagé do Sul até 2001, quando, então, os filhos do Seu Benzion, falecido em 1999, decidiram encerrar as atividades do haras.
Para a definição de cruzamentos, que cabem a você, sobre o que mais pondera: aspectos físicos (ex: tentativa de se "corrigir" aprumos, com a utilização de um determinado garanhão; tentativa de "dar mais braço" ao produto de uma égua de menor estatura, com a utilização de um reprodutor mais esguio etc.) ou genéticos (nicks, inbreedings etc.)?
R.: Para os cruzamentos das minhas éguas e, também, das éguas dos meus clientes, que eventualmente pedem meu apoio para a escolha do cruzamento, eu me baseio muito em conformação. Esses aspectos genéticos são muito importantes, não há dúvidas. É algo que tem que se respeitar. Mas, para mim, a conformação é a base principal. Você cruza um garanhão com uma égua e, normalmente, você busca os aspectos físicos do pai. E a partir do momento em que o produto nasce, você identifica se o que você havia planejado deu certo ou não. Caso o resultado não seja satisfatório, você busca outras opções. Isso é o que eu penso a respeito. Há um artigo de José Lado de Camargo, publicado na revista Turfe & Fomento, em 1983, em que ele escreveu: “cuidado com a febre dos nicks; o que vale é a combinação de características”. Isso está em cima da minha mesa e é nisso em que eu me baseio em, praticamente, todos os anos.
Em que pese todas as dificuldades enfrentadas pelo turfe brasileiro, enquanto atividade, o PSI criado em nosso país alcançou um patamar de notoriedade e respeito (inclusive aos olhos do mercado internacional), que apontam para a criação brasileira estar no "caminho certo". Ainda assim, você enxerga algo (ou algumas coisas) que poderiam ser modificadas, na criação do PSI brasileiro, em termos gerais, para seu aperfeiçoamento ainda maior? Há algum "cacoete" que, comparando-se com as suas experiências tidas em outros países, deveria ser revisto ou repensado, em sua opinião?
R.: Eu te digo que o produto que nós criamos aqui em Aceguá, no Paraná, nessas áreas de ponta, são indivíduos que têm potencial em qualquer lugar do mundo. Austrália, Cingapura, Japão, Estados Unidos, Europa. Qualquer lugar. Quando eu fui para San Diego, com a Coudelaria Jéssica, levamos 9 produtos, no ano de 2007, e me lembro que os americanos olhavam os nossos animais e ficavam boquiabertos, com o padrão que a gente apresentava fisicamente. Naquele ano, a Coudelaria Jéssica, com seus cavalos brasileiros, treinados pelo Antônio Carlos “Pirata” Ávila, terminou a estatística de proprietários, no meeting de Del Mar, em quarto lugar. Foi um resultado expressivo e toda mídia americana comentava muito do padrão físico dos animais que a gente criou e levou para lá. Celtic Princess, por exemplo. Uma grande égua, aliás.
Quando você realiza o seu leilão anual de produtos, é sabido e notório que, os potros e potrancas, são apresentados criados "a campo", sem acelerar seu encocheiramento ou apurar sua "preparação" para o leilão. De outro lado, as suas vendas possuem resultado bastante reconhecido e uma clientela composta por players fiéis e de renome. Como você encara esse desafio comercial, ou seja, vender os produtos de sobreano num estado mais "natural" versus o apetite do mercado por precocidade, por animais mais "prontos"?
R.: Os leilões acontecem, atualmente, cada vez mais cedo. Eu, particularmente, não me sinto bem prendendo os animais em fevereiro para vendê-los em abril, maio. Então, eles seguem a campo e eu, antes de maio, não “encocheiro” o animal, definitivamente, em nenhum momento. Eles passam o dia no campo. Nos últimos 30 dias antes do leilão, então, a gente faz com que eles durmam presos. Há vários clientes nossos que conhecem a nossa maneira de criar, que deixam os animais aqui até por volta de setembro, para terminar essa criação. Eu respeito os outros haras, que têm outras maneiras, isso não é uma cartilha. Mas, cada um tem uma maneira e um ponto de equilíbrio que busca, na criação. Acho, principalmente pelos resultados que a gente alcança, que estamos no caminho certo. Individualizar os animais e fazer com que eles tenham uma longevidade maior. É nisso que acredito.
Bagé e região correspondem a cidades "do cavalo". A criação, o manejo fazem parte da rotina da população para além dos haras e da vida das pessoas que exercem, de fato, alguma atividade econômica relacionada ao animal. Para fins de mão de obra, você considera que isso segue sendo um diferencial da região ou nota-se, como em outros lugares, que a lida com o cavalo enfrenta uma seguida escassez de mão de obra? Quais seriam alternativas para tentar recuperar (nos lugares em que isso é necessário) essa cultura do trabalho com o animal, com o campo etc.?
R.: Há 40 anos atrás, 50 anos atrás, Bagé tinha um nível de mão de obra totalmente diferente do que há hoje. Há 40, 50 anos atrás, o gaúcho era muito ligado ao cavalo, esse gaúcho de estância, esse gaúcho da fazenda. Com os adventos da construção civil, dos frigoríficos, essa mão de obra foi se tornando escassa. Atualmente, o maior problema para lidar com o cavalo é a mão de obra. Criar cavalo de corrida é uma tarefa artesanal. Você tem que ser um artesão. E sozinho você não consegue fazer as coisas, então, a equipe é fundamental. Eu trabalho há mais de 20 anos, com uma média de 24 funcionários. Todos os meus animais, desde o desmame, comem na cocheira. Então, isso dá um trabalho bastante árduo. É necessário trazê-los para a cocheira; tem que soltá-los da cocheira; tem que limpar as cocheiras, tem que ter a assepsia de cama, de água. É uma trabalheira muito grande, mas eu acredito que isso, lá na frente, na hora da de prendê-los, até mesmo para participarem de um leilão, com os animais já desenvolvendo um conhecimento de cocheira, será algo muito importante. Então, a mão de obra hoje, infelizmente, está cada vez mais restrita. No Uruguai, então, a situação é tão difícil ou até mesmo pior, nesse sentido. Muito por conta daquele hiato, em que eles ficaram 20 anos sem corridas, quando a criação uruguaia, praticamente, parou. Veja que mesmo com o turfe “deles” voltando em alto estilo, muito apoiado pelo governo e tudo mais, somente de uns 5 anos para cá é que passamos a notar alguma evolução, em matéria de mão de obra, e, ainda assim, muito distante do ideal.
A realidade do turfe uruguaio foi drástica e positivamente alterada com a obtenção de receitas provenientes das slot machines. No Brasil, a iminente liberação dos jogos e cassinos não possui nenhuma previsão de benefício imediato ou privilégio para o turfe, especificamente. Você, ainda assim, acredita que a atividade pode ser transformada ou tirar proveito da legalização dos jogos, em nosso país?
R.: Sobre a liberação dos jogos, isso a gente escuta há bastante tempo, que viria algo em prol do turfe. Eu torço muito, mas sou meio incrédulo que o país e os nossos governantes vão direcionar alguma coisa para o nosso esporte. Eu torço muito para que isso aconteça, seria uma tábua de salvação, para um incremento nos prêmios, principalmente, que acarretaria uma valorização maior do nosso cavalo e, consequentemente, uma maior valorização da criação. Cada vez a gente vê mais haras fazendo suas liquidações, diminuindo seus plantéis.
O Ulissses de 2024 é pessimista ou otimista em relação ao futuro das corridas de cavalo, no Brasil?
R.: Quanto a seu ser pessimista, otimista, eu sou realista. Infelizmente não tenho muita perspectiva, principalmente porque temos um governo, eu posso dizer assim, que privilegia outras coisas e não as corridas de cavalo.