21 fev 2025 | 17:13:18

Uma grife que nunca sai de moda

Ganhador do Gran Premio Miguel A. Martínez de Hoz (G1), Grezzo expandiu, ainda mais, a influência de Griffe de Paris, enquanto matriarca fundamental da criação brasileira.


A caminho da raia, para a conquista do GP OSAF (G1) de 1991, Griffe de Paris conta, até o momento, com 21 ganhadores clássicos originados, a partir de sua linhagem.

Imagem: https://turfebrasil.not.br/

No último final de semana, em San Isidro, Grezzo venceu, de ponta a ponta, o Gran Premio Miguel A. Martínez de Hoz, primeira prova de graduação máxima disputada, na Argentina, em 2025. O corredor do Haras La Providência, que é treinado pelo brasileiro José Luiz Aranha, obteve sua mais importante vitória, até o momento, e postula, desde logo, espaço de destaque, na atual temporada do turfe argentino.

Inobstante suas conexões, o filho de Hi Happy, ao cruzar o espelho na primeira colocação, também fez-se notar, aos olhos dos turfistas brasileiros, por outro especial significado. Seu sucesso simboliza a brilhantemente prolífica de uma das matrizes fundamentais, da criação nacional, em seus últimos 30 anos.

Terceira mãe do corredor, Griffe de Paris é daqueles monumentos genéticos que se avistam de longe; e por mais tempo que se passe, rende aos privilegiados detentores de sua progênie, um altíssimo padrão de classicismo.

Filha de Telescopio e April In Paris (Locris), a crioula do Haras Inshalla que, em pista, rendeu à farda do Haras Equilia troféus tais quais o do Grande Prêmio OSAF (G1) de 1991, conseguiu o feito de dar à luz, nada menos, que 5 ganhadores black type, sendo 3 deles vencedores de graduação máxima.

Lady de Paris (Nugget Point), nascida em 1995, levantou o GP Criação Nacional - Taça de Prata (G1); Genereux (French Deputy), já parido na Argentina, pela excepcional matriz, venceu o Gran Premio 25 de Mayo (G1); Global Hunter (Jade Hunter), outro componente da sua produção argentina, obteve sucesso, nos Estados Unidos, após promissor início de campanha, no país vizinho, tendo, na América do Norte, vencido o Eddie Read Handicap (G1). Global Hunter, aliás, retornou à Argentina, para servir como garanhão.

Além do luxuoso trio, King de Paris (Nugget Point), ganhador de G3 e listed, em Cidade Jardim, e House of Lords (Fast Gold), dono de um double em provas de G2, disputadas na Gávea, compõem o quinteto de ganhadores clássicos, produzidos por Griffe de Paris.

Os resultados dos produtos propriamente ditos de Griffe de Paris, porém, representam, apenas, a primeira camada de sua representatividade. Isso porque, conforme suas filhas passaram a reproduzir sua genética, enquanto matrizes, Griffe de Paris disseminou seu classicismo - em diferentes países, pistas e distâncias.

Num determinado recorte, é possível analisar a expansão de Griffe de Paris no Brasil e na Argentina - com alguns reflexos no Uruguai. Em termos de Brasil, a própria Lady de Paris, uma vez levada à reprodução, estendeu aos seus toda a imponência da mãe. Por meio de Stick Around (Roi Normand), figura como avó materna de Bavaro Beach (por Agnes Gold, ganhador de G2), Bay Ovar (por Drosselmeyer, ganhadora de G2) e Fronteira Around (por Drosselmeyer, ganhadora de listed). Via Toujour Paris (Our Emblem), Lady de Paris chega ao ganhador de G2, no Uruguai, Cerro Largo (Drosselmeyer).

Outra filha de Lady de Paris que lhe conecta às provas black type é Ma Cherie (Royal Academy), por sua vez segunda mãe da vencedora de G1, no Rio de Janeiro, Lah Lah Lah (Emcee).

Just Perfect (Nugget Point) é mais um exemplo da capacidade do alcance - e da versatilidade - de Griffe de Paris, sobretudo no turfe brasileiro. Nas pistas, gerou duas ganhadoras individuais de G1: Touriga (Put It Back), ganhadora do GP Margarida Polak Lara - Taça de Prata (G1), stakes winner, nos Estados Unidos, e, atualmente, matriz no Japão; e Una Beleza (Signal Tap), vencedora dos GGPP Diana (G1) e Henrique de Toledo Lara (G1) - 2ª e 3ª provas da tríplice coroa paulista, recentemente em voga como mãe de No Bien Ni Mal (Hofburg), primeiro colocado na Taça de Cristal (L) e na Pegasus Brasil.

Just Perfect também pariu Artejusta (Royal Academy), uma ganhadora de G2 e avó materna da ganhadora de G3, a velocista Ajustada Agena (Rally Cry).

Festa Junina (Fast Gold), outra Just Perfect, produziu a ganhadora de listed no Uruguai, Dona Pepa (Wrangler).

Ganhadora de G3, Secret War (Put It Back) também condecora a produção de Just Perfect.

Para além da fronteira argentina, Griffe de Paris destacou-se sobretudo, com Open Secrets (West By West). Esta produziu a champion e múltipla ganhadora de G1, na Argentina, Ollagua (Pure Prize) - a posteriori matriz no Japão.

Há, ainda, uma "bola dividida", entre as produções "brasileira" e "argentina", de Griffe de Paris. Gringa Nativa (Orpen), uma filha de Lady de Paris, posiciona-se como mãe de Greta G (Exchange Rate), vencedora das Mil Guineas (G1) de San Isidro, e em Gringa Unica (Cityscape) - ganhadora de listed e mãe do já mencionado Grezzo, que também ascende à prateleira dos ganhadores de G1 originados a partir da linhagem de Griffe de Paris.

Sem prejuízo de colocados em provas clássicas, ganhadores de conditions e provas especiais, há 21 vencedores de prova black type, surgidos a partir de Griffe de Paris, sendo 9 de graduação máxima, criados por 9 diferentes estabelecimentos criatórios - com êxitos em provas clássicas disputadas entre 1.000 e 2.400 metros.


por Victor Corrêa

 

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