14 mar 2020 | 16:21:37

Mensagem do Presidente: um atentado contra o turfe carioca


Turfistas de todo o país foram surpreendidos com a decisão de se suspender as corridas, no Jockey Club Brasileiro, durante os próximos 15 dias. Surpresa, porém, talvez não seja a maneira mais apropriada para se qualificar a medida adotada por aqueles que fizeram do descaso elemento comum, no tratamento dispensado ao turfe, há algum tempo: tornou-se hábito dos mandatários locais decidir pela não realização de corridas, sempre que há alguma oportunidade para isso.

Ao contrário do coirmão paulista e de outros hipódromos no exterior (o Hipódromo San Isidro, por exemplo, realizará corridas com portões fechados, mas mantendo a captação de apostas e fomento da atividade), o Jockey Club Brasileiro, na figura de seus dirigentes, vilipendiou o trabalho de uma enorme gama de profissionais, investimentos de proprietários e, principalmente, a própria receita do Clube, obtida mediante venda de apostas.

Se as medidas profiláticas e de combate ao coronavírus merecem o emprego de esforços coletivos, as pessoas que, hoje, ditam o destino do Jockey Club Brasileiro, do mesmo modo, possuem a obrigação de encontrar alternativas que conciliem a realização do turfe, em relação à pauta de saúde pública. Principalmente, considerando a baixa frequência de expectadores habituais, no Hipódromo da Gávea, sem prejuízo do fato de que, a maior parte das apostas efetuadas nas suas corridas advém de agentes credenciados, teleturfe e internet.

Aliás, é bastante peculiar a constatação de que as piscinas e demais instalações da sede do clube permanecem abertas e sem qualquer restrição de acesso. Pergunta: há alguma diferença no risco de contágio dessas pessoas em relação àqueles que, potencialmente, se fariam presentes às corridas? Não. Fato é que o atual presidente do Jockey Club Brasileiro não ruboriza, em qualquer medida, quando o assunto é agradar os sócios que, dentro de poucas semanas, decidirão o futuro do Clube, em mais uma eleição.

Consigna-se, portanto, total repúdio à desmedida decisão.

Indaga-se, por fim: até quando, tanto descaso, com o cavalo de corrida e sua gente, dentro do próprio Jockey Club Brasileiro?

Antônio Landim Meirelles Quintella

Presidente da Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida

Mais notícias

Cinderela confirma favoritismo na Prova Especial Dulce

Filha do nacional Out of Control, pertencente ao Haras Phillipson, aprovou a distância dos 2.600 metros.

Life Is Beautiful esnoba má largada e vence a PE Joaquim da Cunha Bueno

Potranca do Haras Springfield estreou em alto estilo.

Jóqueis brasileiros no exterior, por Fábio Zerbini (37ª edição)

Edson Ferreira Filho venceu, em sua semana inaugural, no turfe da Malásia. Imagem: Selangor Turf Club MALÁSIA EDSON FERREIRA FILHO (E. Ferreira Filho): Em sua primeira semana de disputas na Malásia, o brasileiro já mostrou seu cartão de visitas e foi para o winner's circle pilotando Super Dragon, para o treinador A. B. Abdullah, no hipódromo de Selangor. Com outras boas... [continua ]