17 jul 2017 | 23:31:39

No aguardo de Voador Magee e Perbene, Paulo Henrique Lobo planeja o segundo semestre

Radicado na Califórnia, profissional brasileiro receberá novas “estrelas” da cocheira no início de agosto.


Paulo Lobo: à espera de reforços de peso

Imagem: Blood Horse

Referência, tanto para brasileiros, quanto para turfistas de outras nacionalidades, Paulo Henrique Lobo encontra-se na iminência de receber dois “senhores” reforços em suas cocheiras. Baseado na Califórnia, o treinador terá seu plantel incrementado, no início do próximo mês, por dois dos melhores animais em treinamento no Brasil: Voador Magee e Perbene. Cada qual com o seu planejamento, ambos despertam grande expectativa no profissional.

“Antes de qualquer outra coisa, preciso agradecer, publicamente, tanto ao Luis Felipe (Brandão dos Santos, titular do Stud Eternamente Rio) quanto ao Fernando Sampaio (titular do Stud Sampaio), por me confiarem animais do calibre de um Voador Magee e de um Perbene. Não é todo dia que você tem a chance de receber na cocheira animais como estes e não poderia ser outra a minha reação que não de muita expectativa, tanto para um, quanto para outro”, explica Lobo.

Voador Magee e Perbene embarcarão em Campinas/SP, no próximo dia 26 de julho, com destino à Flórida. Lá, passarão pela quarentena de 10 dias antes de ser enviados para a Califórnia. No destino final, porém, o fundista e o velocista terão traçadas, para si, programações distintas: enquanto no caso de Perbene ainda se percorrem estudos e análises quanto às melhores provas e cronograma, Voador Magee ingressará, de imediato, na missão de se tornar o primeiro animal credenciado pelo Grande Prêmio Brasil (gr.I) a participar da Breeders’ Cup Turf (gr.I).

“Por mais que o objetivo seja, de fato, correr o Voador Magee na Breeders’ Cup, não irei forçar nenhuma situação. Irei analisar as respostas que o próprio cavalo me der no seu período de adaptação. Ao mesmo tempo, estarei em conversas constantes com o Luis Felipe e com o (Luis) Esteves. Juntos decidiremos o que será feito com o Voador Magee. Toda e qualquer alternativa passará, obrigatoriamente, pelo modo como o animal se comportará após sua chegada aqui.”

Questionado sobre a realização de treinamentos mais apurados junto a Voador Magee durante o seu período de adaptação – a fim de deixá-lo apto a competir numa prova do rigor de uma “BC Turf” – e sobre o quão prejudicial o cronograma, nesse sentido, poderia apresentar-se – o profissional mostra-se enfático: adaptação é algo relativo e variável, de animal para animal.

“Não acredito, sinceramente, que haja um período de tantas semanas, ou meses, nos quais você só deve fazer isto, ou aquilo, com o cavalo. Acredito, sim, que cada animal irá reagir de uma maneira diferente ao desembarcar num outro país. Alguns levam mais tempo para entrar nos trilhos. Outros, porém, não sofrem qualquer rebate. Certa vez, por exemplo, recebi uma égua chamada Fast Navy, vinda do Brasil. Noventa dias após a chegada ela estreou num allowance, vencendo por 6 corpos. Portanto, vejo cada caso como algo único. E meu encargo é justamente esse: avaliar o desenvolvimento natural do animal no novo ambiente, para que a programação traçada não ‘atropele’ o estágio de adaptação.”

Desde 2014 o GP Brasil figura como prova classificatória para a Breeders’ Cup Turf no programa “Win And You’re In” – composto por uma série de corridas, disputadas em diversos países, cujos ganhadores ganham direito a participar de provas do milionário festival. Até hoje, porém, nenhum dos brasileiros classificados – Bal A Bali, Barolo e My Cherie Amour – chegou a competir na cobiçada carreira norte-americana, em razão de terem sofrido lesões (no caso de Bal A Bali uma laminite que quase lhe custou a vida) durante os preparativos.

Em relação a Perbene, a situação se distingue da protagonizada por Voador Magee na medida que ainda não há um norte definido para a campanha do velocista, nos Estados Unidos. Isso em nada tolhe, porém, os planos levados a cabo, desde logo, pelo profissional – que em 2004 marcou época ao vingar no primeiro escalão da velocidade norte-americana, com Pico Central.

“Se por um lado o Perbene não chega nos Estados Unidos para participar deste ou daquele páreo específico, por outro me anima muito o leque de possibilidades, em termos de campanha, que se apresenta para ele. Eu conversava com o Fernando (Sampaio), por exemplo, sobre tentativas que poderemos fazer em pista de areia com o Perbene, que muito embora tenha vencido suas melhores provas na grama, sempre trabalhou muito bem, pelo que sei. Do mesmo modo, me parece que pelo seu estilo de corrida, se trata de um animal que aceitaria ser levado para distância um pouco maior. Tudo isso, porém, irá depender daquilo que o próprio Perbene nos ‘disser’”.

Criado pelo Haras Old Friends, Voador Magee (4 anos, filho de Roderic O’Connor e Hommage A Rô, por Trempolino) encerrou o turf record no Brasil com 4 vitórias em 12 corridas. Já Perbene (5 anos, de criação do Haras Santarém, filho de Tiger Heart e Endless Beauty, por Roi Normand) segue para os Estados Unidos defendendo 5 vitórias em 9 saídas, com destaque para o “double” nos Grandes Prêmios Major Suckow (gr.I) e ABCPCC (gr.I).

Mais notícias

Inglaterra: Não Dá Mais vence em Kempton

Brasileiro do Haras Phillipson venceu handicap na raia sintética.

Milheira nata, Hang Loose vence o Grande Prêmio OSAF (G3) – TBS International

Ganhadora defende a farda do Stud By Winner’s.

Gibraltar Point e mais treze pagam added para a segunda coroa

Entre as fêmeas, Lepate Goose também enfrentará lote mais numeroso em relação ao “Barão”.