03 jun 2025 | 23:22:42

De Epsom a Saratoga, aguardados reencontros

Epsom Derby (G1) e Belmont Stakes (G1) promoverão, no final de semana, embates entre destacados "3 anos", dos respectivos países.


O próximo sábado (7) representará data de puro deleite, para os turfistas assíduos, quanto ao turfe internacional. Em diferentes localidades, duas tradicionalíssimas provas prometem lotar seus respectivos hipódromos e colocar, frente a frente, potros de uma mesma geração - antes desses mesmos elementos passarem a medir forças com animais mais velhos, no decorrer da temporada.

É bem verdade que, para fins de mercado reprodutivo, o "pedaço de madeira" correspondente ao disco de chegada do Derby de Epsom (G1) não mantém a mesma imponência da época em que Frederico Tesio proferiu a famosa afirmação, a respeito do resultado da tradicional corrida britânica servir de ferramenta, acima de qualquer outra, para a seleção genética do PSI. Outrossim, o início de junho jamais deixou de luzir, de modo especial, por ali. Principalmente pelo legado do páreo para com a própria cultura do turfe, à medida que institucionalizou a disputa do derby - então replicada, mundo afora, enquanto uma das maiores glórias possíveis de serem vivenciadas, dentro do mundo das corridas de cavalo.

Em sua versão 2025, a prova, que, muitas vezes, revela talentos que não se faziam notar há 8 ou 9 meses (ou seja, que não despontaram, aos 2 anos), promoverá o choque de elementos que, desde muito cedo, brilharam, nas pistas europeias. The Lion In Winter e Ruling Court tiveram seus caminhos cruzados, em 2024, por ocasião do Acomb Stakes (G2), que acabou vencido, em recorde, por The Lion In Winter. Ruling Court, na ocasião, finalizou em terceiro.

Em Epsom, promessa de grande público para celebrar todo o significado do Derby.

Imagem: Mark Cranham/Racing Post

Desde então, Ruling Court competiu por duas vezes: venceu os 2000 Guinéus de Dubai (L) e os 2000 Guinéus de Newmarket (G1), por ocasião de sua mais recente saída. Já The Lion In Winter retornou, do "Acomb", diretamente no Dante Stakes (G2), a principal, dentre todas as preparatórias do Derby de Epsom, por meio de uma regular sexta posição. Minutos antes do páreo, um dos seus proprietários, Michael Tabor, revelou, em entrevista, que, a seu ver, o potro ainda não se encontrava no melhor de sua forma. Pelo visto, Tabor acertou em cheio.

Em mais este duelo de Godolphin (Ruling Court) e Coolmore (The Lion In Winter), chama atenção o fato de que Aidan O'Brien, treinador de The Lion In Winter e maior vencedor da história do páreo, com 10 troféus, conta com outros 3 inscritos e todos vindos de conquistar, ao menos, uma preparatória do Derby. A partir daí, a escolha do jóquei Ryan Moore, que detém a montaria preferencial dos animais da coudelaria, dirá muito a respeito das chances de The Lion In Winter, na competição.

Já do outro lado do Atlântico, o palco do espetáculo deixa de ser a raia de grama, dando vez à areia; os 2.400 metros, igualmente, são reduzidos à distância dos dois quilômetros - ao menos momentaneamente, porquanto não são concluídas as reformas de Belmont Park, que permitirão, em havendo interesse de seus responsáveis, na retomada de sua disputa na milha e meia. Em Saratoga, outro qualificado lote de produtos da geração 2022 estará em cena, por conta do Belmont Stakes (G1).

Se o Epsom Derby presta-se a compor a tríplice coroa britânica, na condição de sua segunda prova, o "Belmont" é a disputa final da joia correspondente, posta sob competição, nos Estados Unidos. No Kentucky Derby (G1), Sovereignty levou a melhor sobre o favorito Journalism. À medida que Sovereignty, todavia, abdicou da disputa do Preakness Stakes (G1) - bem como da possibilidade de se tornar tríplice coroado -, coube a Journalism brilhar, intensamente, em Pimlico, naquela que talvez tenha sido a corrida mais comentada, do turfe internacional, em 2025. 

Agora, em Nova York, a dupla se encontrará, mais uma vez.

O fato de Sovereignty partir mais descansado do que o oponente para o embate pareceu perder, em relevância, a partir do momento que Journalism aprontou, como se estivesse flutuando, na raia de Saratoga, em chamativos 47 segundos e 54 décimos. Ali, os cronometristas e aficionados de plantão puderam dar-se conta de que o filho de Curlin, a par da rigorosa campanha à qual vem sendo submetido, segue vendendo saúde - e pode, perfeitamente, ir à forra contra o poderoso adversário.

Na hipótese, porém, de Sovereignty voltar a superar Journalism, não será apenas a escolha de Bill Mott - e do staff da Godolphin - em "pular" o Preakness, que ganhará as linhas da mídia especializada e as rodas de conversas sobre, mundo afora. Certamente, um novo êxito do filho de Into Mischief tende a aquecer o debate sobre a rediscussão do atual modelo da tríplice coroa norte-americana, para a qual, muitos, defendem um maior espaçamento entre as provas que lhe compõem.

Controvérsias e preferências à parte, todavia, há se de convir que já há um ganhador, nessa história. Ou, melhor, ganhadores: todos aqueles que, num intervalo de pouco mais de 2 minutos, desfrutarão do turfe, em altíssimo nível. Um sábado para ninguém botar defeito.

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