10 abr 2024 | 23:34:59

Em Lima, brasileiros buscam vitória inédita no Gran Premio Latinoamericano (G1)

L'Ente Supremo e Pinhão do Iguassu enfrentarão, no próximo domingo, a missão de interromper série invicta dos "cavalos da casa", nas edições peruanas da prova.


Arte oficial do GP Latinoamericano (G1) 2024.

Imagem: OSAF (Divulgação)

Apesar de liderar, de maneira isolada, o ranking de países, com representantes vitoriosos, em todo o histórico do Gran Premio Latinoamericano (G1), o Brasil ainda busca a quebra de alguns "tabus", na renomada disputa que reúne, a cada edição, alguns dos melhores exemplares do turfe sul-americano. No próximo domingo (14), será, justamente, um desses desafios - de sucesso, ainda, inédito - que será posto à frente dos corredores brasileiros, que alinharão em mais uma disputa do páreo.

No Hipódromo de Monterrico, no Peru, animais de 3 e mais anos competirão na versão 2024 da prova, que, em todas as cinco vezes que restou disputada, naquele país, restou vencida por "animais da casa": desde Galeno, em 1987, até Lideris, em 2014, os representantes locais não permitiram que competidores forasteiros ameaçassem sua hegemonia.

Desta feita, caberá a L'Ente Supremo e Pinhão do Iguassu a tentativa de escrever a história, de um jeito diferente - e, mais do que isso: em bom português.

Nome de constância e referência nas provas disputadas pela primeira turma de arenáticos da Gávea, L'Ente Supremo é um filho de Emcee na ganhadora de G1, Rubia Del Rio, por Put It Back, de criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade da Coudelaria Atafona. O titular da farda, Diogo Vianna não esconde a satisfação de desfrutar da rica e rara experiência - quanto à disputa de uma prova, de tamanha relevância, no exterior.

"A expectativa é muito boa, ele é cavalo muito bom, que se encontra muito bem. O desafio é difícil, porque aqui o páreo foi corrido cinco vezes e, nas cinco, ganharam os cavalos 'da casa'. Mas qualquer resultado que não seja algo muito extravagante, sob o ponto de vista da sanidade do animal, ou seja, desde que ele compita e fique bem, após o páreo, será muito bem-vindo. Estamos aqui para curtirmos a festa, para vivermos essa experiência que é nova para todo mundo e da qual a gente não poderia deixar de participar. Então, a expectativa é boa, para uma corrida boa, mas dentro de uma realidade, de um nível de dificuldade extremo. O L'Ente Supremo, antes de viajar, trabalhou muito bem... A par de todas as adversidades do pós-viagem, da ração diferente, dentre outros fatores, acredito que ele fará uma boa corrida", declarou Diogo, que já se encontra em solo peruano, para a companhar seu pupilo - treinado por Jaime Moniz Barreto Aragão.

L'Ente Supremo: padrão de regularidade e qualidade, no primeiro time dos arenáticos do Rio de Janeiro.

Imagem: Diogo Vianna

Até aqui, L'Ente Supremo - com 4 anos - competiu 21 vezes obteve 5 primeiros lugares. O mais importante deles no Grande Prêmio Professor Nova Monteiro (G3), em agosto do ano passado. Em seu dorso, estará Waldomiro Blandi, um dos mais experientes valores, dentre os jóqueis brasileiros, e cujo currículo aponta para vitórias na maioria das principais provas do calendário clássico nacional - sem prejuízo de bem sucedidas incursões internacionais, a exemplo daquela empenhada quando da condução de Al Arab, no Carnival de Dubai, em 2010.

No seu importante compromisso, L'Ente Supremo largará da baliza 12. Ao seu lado, pela 13, partirá o outro brasileiro inscrito na competição: Pinhão do Iguassu, um Forestry e Que Festa, por Wild Event, de criação do Haras Rio Iguassu e propriedade do Stud Plastiplan. 

O castanho de 4 anos, por sua vez, reside em Curitiba - distante mais de 900 quilômetros da "moradia" de L'Ente Supremo, na serra fluminense. Seu treinamento é respondido por Márcio Ferreira Gusso, que, a despeito do currículo extenso e vitorioso, mostrou-se positivamente impressionado com o tratamento dispensado pelos locais às delegações estrangeiras, recém-desembarcadas em Lima - e com a estrutura do Hipódromo de Monterrico.

"A viagem do cavalo foi muito boa e a nossa também. Vim juntamente do André (Luis Silva, o jóquei do animal). A hospitalidade vista aqui é 'nota 1000'. O povo peruano é fantástico, eles fazem de tudo, providenciam tudo que você precisar e de bom grado. O hipódromo, além de muito grande, é extremamente organizado e limpo. A raia é de uma aparência boa, com bastante areia, uma areia mais pesada. Ela é constantemente irrigada, inclusive porque chove muito pouco", relatou Gusso.  

Perguntado sobre a estratégia elaborada para a corrida, considerando, principalmente, a versatilidade de Pinhão do Iguassu, que já argolou bons resultados correndo de diferentes maneiras, o profissional revelou que a escolha da baliza, no sorteio realizado ontem, no cassino Atlantic City, no centro de Lima, na terça-feira, deu-se, justamente, para tentar aproveitar as diferentes possibilidades de corrida, que seu pupilo apresenta. 

"O Pinhão do Iguassu é um animal que se adapta muito bem a diferentes tipos de raia, distâncias e ritmos de páreo. Na hora em que fomos sorteados, para escolhermos a baliza, optamos pela 13, ao invés de algumas balizas mais internas, que ainda estavam disponíveis, propositalmente para o André poder 'ver' como vai sair o train de corrida, nos primeiros metros. Ao que tudo indica, o train, contudo, será muito forte. Alguns dos cavalos locais, que correrão o 'Latino', aprontaram ontem, de dentro do partidor, 400 metros. Ou seja, estão extremamente apurados. Eles largam em 'ritmo americano', dando tudo de si. E os nossos cavalos não estão acostumados a isso. Eu adoraria que deixassem ele galopar na frente, mas, imagino, não será o caso (risos). Onde ele vai correr, eu não sei... Irá depender muito do ritmo que ele imprimir no começo e da adaptação dele ao ritmo da prova, ao qual ele se adaptará. Vamos ver se conseguimos fazer uma bela corrida", arrematou. 

Registro de Pinhão do Iguassu, no interior de sua cocheira, no Hipódromo de Monterrico.

Imagem: Márcio Ferreira Gusso

Pinhão do Iguassu defende um retrospecto de 20 corridas e 5 primeiros lugares. Seu principal êxito foi conquistado no Grande Prêmio Julio Mesquita (G3), na areia de Cidade Jardim. Mencionado na fala do treinador, seu jóquei, o "A. L. Silva" dos programas oficiais, retornou, recentemente, ao Brasil, após temporadas cumpridas em Macau e nas Ilhas Maurício.

Atravessando o melhor momento de sua campanha - são 4 vitórias em suas últimas 5 exibições -, Dvorak (Editorial) apresenta-se, talvez, como a principal "carta" da representação peruana. Em seu mais recente compromisso, derrotou a alguns adversários que lhe farão frente, no embate deste domingo, por ocasião do Clásico Alfredo Benavides Y Alfredo Benavides Diez Canseco (G3), em 2.000m, na areia, no último dia 3 de março. Gluck (Koko Mambo) deu enorme "fila", na referida prova, mas acabou cedendo, nos seus lances decisivos. Agora tentará ir à forra.

Frequentadores bem-sucedidos da primeira turma de fundistas, em Maroñas, os uruguaios do Haras Phillipson, Olimpo MT e Pluto (o primeiro, filho de T. H. Approval; o segundo, de Discreetly Mine) são fundistas de bom padrão e também prometem exibições expressivas. Ambos são treinados, no Uruguai, pelo brasileiro Raimundo Soares - e, Olimpo MT, em específico, receberá a condução de Carlos Lavor.

Para acessar o retrospecto do páreo, diretamente do website do Hipódromo de Monterrico, clique AQUI. Já houve informação do forfait do chileno Good Runner - de modo que serão 13 os participantes da prova. O Gran Premio Latinoamericano (G1) será disputado às 19h30, no horário de Brasília, e sua transmissão poderá ser acompanhada clicando AQUI.

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