GP João Adhemar de Almeida Prado: o início dos grandes feitos
A Taça de Prata de potros tem por tradição render os primeiros feixes de glória a campanhas de verdadeiros campeões. No sábado, mais de R$ 200 mil em disputa.
De longa data a Taça de Prata de Potros representa ornamento cobiçado pelas estantes dos maiores criadores brasileiros. Antes com sua disputa concentrada em São Paulo, o Grande Prêmio João Adhemar de Almeida Prado (gr.I) passou, em 2005, a compor itinerário alternado entre Cidade Jardim e Gávea. Mudanças à parte, o prestígio da prova segue fazendo dela artigo de luxo na campanha de qualquer corredor.
Além de definir lideranças em meados do calendário, bem como muito agregar, dada a sua importância, grande valor ao retrospecto dos potros de 3 anos, a Taça de Prata de Machos por vezes funcionou tal qual um “cartão de visitas” de corredores que nas temporadas seguintes brilhariam, ainda mais, nas pistas do Brasil – e do exterior. Mais: a Taça de Prata, em determinados casos, representou a primeira grande conquista para animais cujos limites nem mesmo repousaram sobre os limites dos hipódromos: garanhões começaram a mapear, ali, a mina da reprodução.
Um ano após Lamor (por Romarin, de criação da Fazenda e Haras Calunga e propriedade do Stud Friends 4 Ever) vencer a primeira Taça de Prata, enquanto prova componente da Copa dos Criadores ABCPCC, em 2005, Quick Road (Jules) mostrou as garras na disputa. O alazão, criado pelo Haras Santa Maria de Araras e pertencente ao Stud JCM, bisou a conquista obtida no GP Juliano Martins (gr.I), garantindo para si a liderança entre os mais novos, em Cidade Jardim. Depois daquela vitória, Quick Road conquistaria, no segundo semestre de 2006, o GP Derby Paulista (gr.I) e no ano seguinte o Grande Prêmio São Paulo (gr.I).
Cavalo de porte chamativo, filiação recomendável e campanha inconteste, Quick Road ingressou na reprodução em 2010. Logo na geração de estreia produziu Off The Road, múltipla ganhadora de G1, vencedora do Troféu Mossoró de melhor potranca de 2 anos e, em seguida, exportada para os Estados Unidos.
Quando a Taça de Prata de Potros “pisou”, pela primeira vez, na Gávea, Do Canadá (por Vettori, de criação do Haras Fronteira e propriedade do Stud Eternamente Rio) emplacou atropelada irresistível, no ano de 2007. Afetado por problemas locomotores, mas bastante brioso, Do Canadá beirou inatividade de 11 meses entre outubro de 2007 e setembro de 2009, mês em que reapareceu com vitória, em Cidade Jardim, no Clássico Alberto Santos Dumont (L), naquela que seria a derradeira exibição de sua campanha.
Sorrentino (por Wild Event, de criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade de Carlos Fernandes & José Cid Campelo Filho) marcou sua geração na condição de líder. Fácil ganhador da Taça de Prata, em São Paulo, no ano de 2008, Sorrentino venceria, ainda, os Grandes Prêmios Ipiranga (gr.I) e Jockey Club de São Paulo (gr.I). Uma lesão lhe impediu de competir no GP Derby Paulista (gr.I), no qual poderia conquistar a tríplice coroa. Sorrentino chegou a servir como reprodutor na Jamaica, vindo a morrer em 2014, vitima de uma laminite.
Um bólido na raia pesada, Timeo (por First American, de criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud Yatasto) sagrou-se vitorioso na Taça de Prata realizada na Gávea, no ano de 2009. No mesmo ano o castanho conquistou o Grande Criterium – GP Linneo de Paula Machado (gr.I) – sendo que sua campanha, em 2010, não acompanhou o brilhareco das primeiras exibições. Em compensação, Timeo revelou-se o herói do Grande Prêmio São Paulo (gr.I) de 2011, vencido por ele debaixo de um verdadeiro dilúvio.
Atualmente no mesmo haras onde nasceu e foi criado, Timeo dá os primeiros – e muito bem dados, diga-se de passagem – passos na reprodução. Da geração da estreia, Tantiny figura como um dos destaques femininos das potrancas de 3 anos, ora em ação, na Gávea.
“Champion 2yo” no Troféu Mossoró, Uareoutlaw (por Christine’s Outlaw, de criação do Haras Cruz de Pedra e propriedade de Stud F.Thomas Conway) despediu-se do Brasil com vitória na versão 2010 do Grande Prêmio João Adhemar de Almeida Prado. No ano seguinte, Que Fenômeno (por Northern Afleet, de criação do Haras Old Friends e propriedade do Stud Farda Amiga) brindou sua campanha com o importante G1.
Animal de campanha limitada em razão de uma séria lesão no boleto direito – que, frise-se, cumpria o papel de um adversário extra, a cada exibição – Que Fenômeno hoje reforça o time de reprodutores nacionais que militam em nossos campos. Logo na primeira geração do corredor (estreada em 2017), Que Fenômeno revelou as ganhadoras de provas especiais em Cidade Jardim, Prima Classe e Presidência.
Na terceira edição consecutiva da Taça de Prata de 2012, disputada em Cidade Jardim, Hawk’s Eyes (por Public Purse, da Coudelaria Jéssica) confirmou os dotes de craque – que lhe acompanhavam desde a estreia. Vitorioso, ainda, no Grande Prêmio Ipiranga (gr.I) e no Clássico Farwell (L), Hawk’s Eyes segue em campanha, até os dias de hoje, nos Estados Unidos – onde costuma atuar em hipódromos da Califórnia, no auge dos seus 9 anos.
De volta ao Rio de Janeiro, em 2013, o páreo condecorou a campanha de Farrier (por Pioneering, de criação do Stud Eternamente Rio e propriedade do Stud Marisa Star) com o merecido G1. Melhor potro de 2 anos no Troféu Mossoró, Farrier também venceu o GP Conde de Herzberg (gr.II). Noutra edição carioca, no ano de 2014, Paint Naif (por Crimson Tide, do Stud São Francisco da Serra) atropelou com sucesso para conquistar a Taça de Prata. Além dos troféus dos Grandes Prêmios Jockey Club Brasileiro (gr.I) e Linneo de Paula Machado (gr.I), Paint Naif fez história ao tornar-se recordista dos 2.000 metros, na pista de grama, da Gávea.
Nos dois últimos anos, a Taça de Prata voltou a ser disputada, de modo consecutivo, em Cidade Jardim. Em 2015, Jopollo (por Public Speaker, de criação do Haras Garcêz Castellano e propriedade do Stud Magenta) obteve vitória facílima, que seria reeditada, meses mais tarde, no Grande Prêmio Jockey Club de São Paulo (gr.I). Atualmente, Jopollo cumpre a primeira temporada de monta, como garanhão, em seu haras de origem. Já em 2016, Maraton (por Holy Roman Emperor, de criação do Haras Santa Camila e propriedade do Haras Moema) repetiu o êxito conseguido, pouco antes, no GP Farwell (gr.I).
Numa das edições mais equilibradas dos últimos anos, a Taça de Prata de Potros conhecerá seu novo vencedor no próximo sábado. Invicto, Fillmore (por Wild Event, de criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade de Black Opal Stud) encara prova de fogo, no primeiro desafio clássico da campanha. O castanho ganha o reforço, ainda, de Grand Cru (por First American, de criação do Haras Santa Rita da Serra), tido em boa conta e de percurso algo adverso, em sua mais recente atuação. Vindo de escoltar Gibraltar Point no GP Farwell (gr.I), Cash do Jaguarete (por Public Purse, do Stud Jaguarete) viaja até o Rio de Janeiro na promessa de exibição realçada. Sai da Frente (por Soldier of Fortune, de criação do Haras Old Friends e propriedade do Stud São José dos Bastiões), por sua vez, finalizou em segundo no GP Jockey Club Brasileiro (gr.I), vencido pelo exportado Jadir, e recomenda atenção. Tríplice coroado juvenil no Cristal, Nadador Lô (por Crimson Tide, de criação do Haras Capela de Santana e propriedade do Stud Casablanca) estreia no Rio de Janeiro e figura como atração à parte.
Kingvic (por Pioneering, de criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud Caio), Bishop’s Quest (por Rock of Gibraltar, do Stud São Fransico da Serra), Film A Colori (por Wild Event, de criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade do Stud Verde), St. Tropez (por Redattore, de criação da Fazenda Mondesir e propriedade do Stud Regina Quintella) e John Gagliano (por Rock of Gibraltar, do Haras Figueira do Lago) aparecem como os demais postulantes ao primeiro lugar, em prova que distribuirá mais de R$ 200 mil em prêmios.