Margarida Polak Lara, a Primeira Dama do turfe brasileiro
Eterna proprietária do Haras Faxina terá seu nome revivido no Grande Prêmio Margarida Polak Lara, a Taça de Prata de Potrancas, no festival da Copa dos Criadores.
Ainda que os cavalos sejam, certamente, os protagonistas das corridas e do mundo turfístico, há pessoas que se fizeram tão icônicas quanto os principais astros do espetáculo. Num universo povoado, predominantemente, pelo sexo masculino, a brilhante trajetória de Margarida Polak Lara fez dela a Primeira Dama do turfe brasileiro.
Nascida na Rússia, em 1906, Margarida veio para o Brasil no ano de 1932. Ao lado do marido, Henrique de Toledo Lara, viria a fundar, em 1941, o mais do que vitorioso Haras Faxina. Representado pela farda negra e dourada, em listras horizontais, o estabelecimento criatório situado em Santa Gertrudes, na região de Campinas, revelou um seleto rol de animais da raça Puro Sangue Inglês, ao longo dos seus mais de 70 anos de atividades.
Figura de presença assídua nos hipódromos de Cidade Jardim e da Gávea, Margarida contemplou vitórias emblemáticas de seus corredores. Narvik – em 1959 – e a fêmea Off The Way – em 1983 – conquistaram o Grande Prêmio Brasil. Gadahar venceu o Grande Prêmio São Paulo (1975). Rabat, o GP Derby Paulista (1984).
Mesmo sem nunca ter corrido, a fêmea Risota representa outra preciosidade da criação Faxina. Dela descendem vários campeões das corridas de cavalo, razão pela qual muitos especialistas a consideram a melhor reprodutora do turfe brasileiro, em todos os tempos.
Margarida faleceu aos 107 anos de idade, em 2013. Desde o ano 2000, a Taça de Prata reservada às potrancas, no festival da Copa dos Criadores ABCPCC, leva seu nome.
Pineapple Pie (por Wild Event, do Haras Doce Vale) protagonizou feito raro, de alta dificuldade: debutou, com vitória, diretamente no GP Luiz Fernando Cirne Lima (gr.III), e, não à toa, desponta como um dos principais nomes da versão 2018 da homenagem à Margarida Polak Lara. Platine, outra Wild Event do Doce Vale, igualmente ganhadora graduada, reforça a parelha de Alfredo Grumser na disputa.
Vinda de vencer, em atropelada irresistível, o GP Francisco Vilella de Paula Machado (gr.II), Bay Ovar (por Drosselmeyer, de criação do Haras Fronteira e propriedade do Stud Best Friends) desafia a parelha, com enormes possibilidades. O mesmo pode ser dito a respeito de Gaivina (por Gone Astray, do Haras Santa Maria de Araras), invicta em duas saídas e credenciada por êxito obtido na corrida preparatória.
Touriga (por Put It Back, de criação da Fazenda Mondesir e propriedade do Haras Dilema), Lisboeta (por Quick Road, do Haras Figueira do Lago), Little Bad Girl (por Agnes Gold, do Haras Figueira do Lago), Guapa Loca (por Shanghai Bobby, de criação do Haras Anderson e propriedade do Stud Pedudu), All Red (por Redattore, do Haras do Morro) e Ray Grass (por Cisne Branco, de criação do Haras Fronteira e propriedade do Stud Best Friends) figuram como as demais postulantes ao primeiro lugar.