19 out 2025 | 22:33:36

Sempre a postos para a glória: Obataye inunda a Gávea de emoção, no GP Latinoamericano (G1)

Múltiplo ganhador de G1 do Haras Rio Iguassu brilhou no tão aguardado momento do turfe brasileiro, em 2025.


Obataye: o campeão do Gran Premio Latinoamericano (G1).

Imagem: Sylvio Rondinelli/JCB

A chuva, tão temida durante a semana, que, contudo, negou-se a comparecer ao Hipódromo da Gávea, fez-se presente, enfim, ao Jockey Club Brasileiro, nos minutos que antecederam a largada do Gran Premio Latinoamericano (G1), ali disputado, no sábado (18), por produtos de 3 e mais anos, que concorreram uma bolsa de US$ 300 mil. Se por um lado, contudo, o aguaceiro não chegou a tempo de atrapalhar a festa - tampouco a tempo de "pesar" a pista -, por outro o público presente ao hipódromo o viu "inundado" de emoção.

Sempre pronto para os mais desafiadores embates do calendário nacional, Obataye, 5 anos, filho de Courtier e Surfi'N USA (Crimson Tide), de criação do Haras Palmerini e propriedade do Haras Rio Iguassu, obteve, no ato, outra inesquecível conquista, para uma, desde já, inesquecível campanha.

No retorno do "Latino" ao Brasil (a última edição, no país, havia sido realizada em 2016), Seiquevouteamar saiu com pressa do partidor, assumindo a ponta. Gracie, outro representante nacional, no páreo, corria em segundo. "Agarrado" à dupla, aparecia o argentino Vundu, que encerrou as apostas na condição de favorito.

Na nona posição, rente à cerca interna, corria Obataye.

Sob a mesma intensidade que a água desabava do céu, Seiquevouteamar e Vundu destacaram-se, à frente dos demais, na cabeceira da reta oposta. Quando, então, o competidor estrangeiro acabou submetido a uma partida peculiarmente longa, pelo jóquei, na altura dos últimos 1.000 metros, era possível supor que Vundu se encontrava em maus lençóis - pois, o fazia, para conseguir acompanhar o train imparável de Seiquevouteamar.

As últimas páginas da história do GP Latinoamericano 2025 foram escritas pelo próprio Seiquevouetamar, à medida que o corredor ingressou no tiro direto, cerca de 5 corpos à frente de Vundu e Gracie, que ainda brigavam pela sua escolta. Quando a câmera da TV Turfe/RJ revelou os primeiros lances da reta final (com os corredores captados num ângulo traseiro), já era possível notar o progresso de Obataye, que se mantinha "colado" à cerca interna, e passava para quinto.

Com o chicote na mão canhota, João Moreira trouxe Obataye para o confronto com Seiquevouteamar, na altura dos últimos 300 metros. Lançando, então, seu conduzido, pelas imediações da baliza 7, o bridão de experiência internacional encaminhou a conquista de mais um troféu de importância além mares, para o seu currículo; mais uma vitória de enorme importância, para Obataye.

Deixando Seiquevouteamar para trás, nos últimos 150 metros, Obataye rumou para a glória. Numa vitória plena de firmeza, derrotou o chileno Medjool por 1 corpo e 1/2. Seiquevouteamar, de atuação exuberante, completou a trifeta, empatado com outro chileno: My Way. A brasileira Ethereum foi a quinta colocada.

A seguir, Daktari, Need You Tonight, Boudica, Gracie, Il Omare, Vundu, Enforceable, Olympic Olympic, King Mo, Kanko e Happy Man.

Notório treinador de excelência, em canchas retas, Antônio Marcos Oldoni, em questão de pouquíssimo tempo, galgou sucesso e estrelato enquanto responsável pelo treinamento de ganhadores de provas de G1 disputadas em todas as distâncias - possíveis e imagináveis.

João Moreira, mais uma vez, demonstrou a todos que, sobretudo para os brasileiros, acompanhar o exercício de seu ofício é um enorme privilégio: ganhou "todo o terreno do mundo" e parecia estar jogando uma partida de videogame, fazendo o que bem entendia, com Obataye e com a sorte do páreo.

Vencedor dos Grandes Prêmios Brasil (G1), Matias Machline - ABCPCC Clássica (G1) e Paraná (G3), Obataye, desta feita, rendeu à Família Pelanda um raro troféu do circuito internacional - que significa a sua 9ª vitória (a 6ª clássica) em 17 corridas. Uma campanha já consagrada, que, tendo em vista, porém, o invejável estado atlético do corredor, ainda pode ter seu sucesso expandido, nos desafios de um futuro próximo.

Ademais, Obataye fez com que os animais brasileiros mantivessem 100% de aproveitamento nas edições do GP Latinoamericano realizadas em sua "casa": 7 vitórias, em 1983, 1985, 1991, 1996, 2009, 2016 e, agora, 2025. Ao todo, são 12 animais nacionais distintos (11 representando o Brasil) que tiveram êxito no páreo e fazem do país o líder em número de vitórias.

 

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