06 nov 2024 | 21:58:50

Mais sobre a Breeders’ Cup: curiosidades e replays do festival

Corridas foram realizadas no final de semana, em Del Mar.


A Breeders' Cup levou mais de 67 mil pessoas ao hipódromo de Del Mar, em 2024, e movimentou mais de US$ 179 milhões, em apostas.

Imagem: Divulgação Del Mar

Ainda que, no momento mais aguardado de toda a programação, tenha sido a vitória de Sierra Leone representado o ápice das festividades (clique AQUI para conferir a matéria), a Breeders’ Cup do último final de semana foi marcada, naturalmente, por diversos outros resultados e acontecimentos que deram um toque especial a essa edição do festival. Entre sexta-feira e sábado, muitas emoções, constatações e frustrações foram estabelecidas, a partir do que se passou nas raias de Del Mar, cabendo ao público turfista digerir – e ainda saborear, um bocado – as lembranças das milionárias disputas levadas a cabo, por animais, profissionais e conexões das mais diversas partes do mundo.

Grande público, disputas globalizadas e “justas”: Del Mar teve êxito como “palco” da BC

Pela terceira vez, Del Mar serviu de palco à Breeders’ Cup. Mais de 67 mil pessoas estiveram presentes às dependências do hipódromo, localizado na costa oeste norte-americana, correspondendo ao segundo maior público dessa trinca de edições: na primeira, em 2017, mais de 70 mil compareceram ao hipódromo; em 2021, ainda sob o reflexo da pandemia do COVID-19, houve 47 mil pessoas nas dependências de Del Mar.

Já os US$ 179 milhões apostados corresponderam ao terceiro maior movimento de apostas, de toda a história da Breeders’ Cup.

Atendendo, com sucesso, à proposta de globalização idealizada pelos promotores do evento, a versão 2024 da Breeders’ Cup contou com recorde de inscrições de animais advindos de outros países. Sobretudo de corredores oriundos do Japão, que representaram mais de um quarto dos “forasteiros” e demonstraram a adesão dos profissionais e coudelarias do país, às edições californianas do festival.

Do lado de dentro das pistas, não se vislumbrou qualquer desnível competitivo – com o favorecimento de “ponteiros” ou “atropeladores”. As raias revelaram-se em ótimas condições, sem haver registro, ainda, de qualquer acidente catastrófico. De controverso, somente, de fato, o rigor das inspeções veterinárias realizadas na véspera das disputas, que provocaram alguns sentidos - e polêmicos - forfaits do festival, a exemplo da irlandesa Ramatuelle, que, há 1 mês, havia batido os machos, na França, por ocasião do Prix de La Foret (G1), e alinharia, como uma das forças, na Breeders’ Cup Mile (G1).

Em 2025, Del Mar sediará, pelo segundo ano consecutivo, a Breeders’ Cup.

Vinte vezes Aidan O’Brien

Reputado, por muitos, como o maior treinador de cavalos de corrida PSI, de sua época, o irlandês Aidan O’Brien igualou o recorde de vitórias de Wayne Lukas, na Breeders’ Cup, ao chegar à marca de 20 troféus. O primeiro êxito de O’Brien havia ocorrido em 2001, quando enviou à raia Johannesburg, vencedor, àquele ano, da Breeders’ Cup Juvenile (G1).

Desta feita, as conquistas do renomado profissional deram-se com Lake Victoria e Henri Mattise, na Breeders’ Cup Juvenile Fillies Turf (G1) e na Breeders’ Cup Juvenile Turf (G1), respectivamente. Tais vitórias, aliás, colocaram em evidência o aumento reputacional de ambas as provas – e sua importância, inclusive, no conceito das grandes cocheiras europeias, que costumam reservar seus melhores exemplares para os desafios do início do ano seguinte, incluindo "Guinéus", "Derby" e "Oaks". Lake Victoria, por exemplo, desembarcou nos Estados Unidos na condição de múltipla ganhadora de G1 e melhor “2 anos” da Coolmore, dentre todas as fêmeas, com essa idade, de seu suntuoso plantel.

City of Troy e a busca (frustrada) pelo "super atleta"

É provável que, dentre as centenas de inscrições, realizadas para os dois dias de disputas, nenhuma delas despertasse tanta curiosidade e frisson, quanto a de City of Troy. Melhor cavalo da Europa, em 2024, o norte-americano – filho do também norte-americano Justify – retornava aos Estados Unidos (onde viveu pelos seus primeiros meses de vida), para tentar a conquista da Breeders’ Cup Classic (G1).

Por de trás da ousada inscrição, repousava o mesmo intuito, de Aidan O’Brien e da Coolmore, em ver coroado, no mais alto patamar de uma corrida em pista de areia, um já ratificado campeão “de grama”. Tendo realizado a mesma tentativa com Galileo, quando da última exibição de sua campanha, em 2001, o grupo, acaso bem-sucedido, em sua empreitada, passaria a contar, em seu rol de garanhões, com um artigo de rara versatilidade e que muito se aproximaria do conceito de um “cavalo completo”.

A oitava colocação de City of Troy, muito embora longe de poder ser considerada como algo desastroso, deixou às claras, por outro lado, que a saga de O’Brien e dos Lads (maneira como o próprio treinador refere-se aos seus patrões) ainda parece distante de um final feliz, nesse aspecto. Sendo notável que arrojo não lhes falta, talvez não demore muito para que tentem, novamente, a glória no dirt da Breeders’ Cup Classic (G1).

City of Troy, que, a exemplo de Galileo, despediu-se das pistas na “Classic”, cobrirá, em 2025, na Irlanda, por € 75 mil.

A rotina de troféus da Godolphin mantém-se ativa

Desde 2020, não houve uma única edição da Breeders’ Cup em que um defensor Godolphin não cruzasse “na frente” em, ao menos, uma prova do festival. Em 2024, a rotina exitosa da vistosa farda azul, manteve-se ativa.

Líder inconteste das potrancas de 2 anos, nos Estados Unidos, Immersive venceu e convenceu, na Breeders’ Cup Juvenile Fillies (G1). Já Rebel’s Romance alcançou o bicampeonato da Breeders’ Cup Turf (G1). Tais vitórias representaram tentativas exitosas, portanto, das seções norte-americana e europeia da coudelaria.

Baffert e o seu cartão de visitas no retorno ao Kentucky Derby

Antes do páreo, muito se especulava sobre haver um “duelo com hora marcada”, na Breeders’ Cup Juvenile (G1), entre East Avenue e Chancer McPatrick. Os potros invictos e ganhadores de graduação máxima, provenientes da costa leste, acabaram obliterados, porém, por corredores da cocheira que mais representa o poderio remanescente, do turfe californiano, na atualidade.

Bob Baffert, que, após extenso e acalorado embate judicial, poderá voltar a inscrever cavalos no Kentucky Derby (G1), de 2025, mostrou a todos que está com uma tropa, para lá de afiada, para a “Run For The Roses”, do ano que vem. Seus pupilos Citizen Bull e Gaming fizeram ponta e dupla no páreo – e Getaway Car, o quarto colocado, por muito pouco não completou a trifeta do treinador.

Não há dúvidas, entretanto, que os potros de Baffert, em diferentes condições de temperatura e pressão, voltarão a medir forças com a dupla mencionada, há pouco, sendo bastante viável a forra. Principalmente para East Avenue – cujo tropeção, após a largada, foi fator determinante para o seu fracasso.

Thorpedo Anna: um 2024 perfeito e candidata a “Horse of The Year”

Foram poucos os nomes que se mantiveram tão à proa, em se tratando dos PSI de alto calibre, do turfe internacional, em 2024, quanto Thorpedo Anna. A potranca de 3 anos, filha de Fast Anna, iniciou sua trajetória de maior destaque no Kentucky Oaks (G1), seguiu obtendo resultados expressivos, em outras provas de graduação máxima (incluindo um segundo “chorado”, para Fierceness, no Travers Stakes) e consagrou sua temporada, com uma vitória incontestável na Breeders’ Cup Distaff (G1).

Treinada pelo conhecido dos brasileiros, Kenneth McPeek, Thorpedo Anna fica cada vez mais cotada ao prêmio de “Horse of The Year”, no Eclipse Awards – o “Oscar” do turfe norte-americano.

Abaixo, vídeos contendo os replays das corridas de sexta-feira e sábado, da Breeders' Cup 2024.

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