Chegando ao seu fim, o mês de julho reservou momentos interessantes, à criação do PSI brasileiro, no que diz respeito às matrizes nacionais. Nas pistas e, também, nos ringues de leilões, resultados vislumbrados, mundo afora, puseram em destaque nomes de éguas brasileiras - e, do mesmo modo, de tradicionais linhagens desenvolvidas, em nosso país.

No início do mês, durante as vendas da Japan Horse Racing Association Select Sale, em Hokkaido, no Japão, um produto parido por Itaperuna, no último dia 3 de março, foi leiloado por ¥ 48 milhões (aproximadamente R$ 1,7 milhão). Consignado por Mishima Farm, o macho, ainda não nominado, foi arrematado por Hirosaki Toshihiro.

O pai do produto, Saturnalia, é um filho de Lord Kanaloa, que, em pista, venceu, dentre outras provas, o Satsuki Sho (G1, versão local dos 2000 Guinéus) e restou aclamado como o melhor "3 anos" de sua geração, no Japão. Suas primeiras proles nasceram, justamente, em 2024.

Itaperuna (Forestry e Grand Entrance, por Choctaw Ridge), por sua vez, marcou época, enquanto formidável velocista, na América do Sul. A crioula do Haras Cifra obteve o raro double nos Grandes Prêmios ABCPCC (G1) e Maroñas (G2, a prova de velocidade do festival do "Ramirez"), além de vencer G3, na Gávea, antes de ser embarcada para os Estados Unidos, onde não chegou a correr. Seu filho, acima mencionado, corresponde à sua primeira cria.

A segunda mãe de Itaperuna, Grande Entrance, também deu à luz a excepcional Grand Amiga (Amigoni), uma múltipla ganhadora graduada, entre Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, que, dentre outros páreos, conquistou o Grande Prêmio Paraná (G3). 

Ainda na esfera do mercado, no Bloodstock South Africa KZN Yearling Sale, na África do Sul, um filho da brasileira Irresistable Chris (Mark of Esteem) atingiu 900 mil rands sul-africanos (algo em torno de R$ 277 mil), ao ser arrematado por Vuyo junto ao Clifton Stud. O potro, nascido em setembro de 2022, figurou, assim, como o segundo maior preço, de toda aquela licitação.

Trata-se de um filho do múltiplo ganhador de G1 - e um dos melhores milheiros de sua época, na Europa - Canford Cliffs (Tagula), que, desde 2018, encontra-se radicado na África do Sul.

Irresistable Chris, por sua vez, foi exportada, ainda inédita, para a África do Sul, onde se tornou vencedora de uma corrida, em 5 saídas. Desembarcou, naquele país, com a credencial de Indian Chris (Ghadeer), a inesquecível tríplice coroada da Fazenda Mondesir, que, além de Irresistable Chris, também revelou outro elemento de grande identificação com o turfe sul-africano: Eyeofthetiger (Royal Academy), brasileiro que, por lá venceu, dentre outros páreos, o Durban July (G1).

Já no lado de dentro da raia, fato que chamou atenção, sobremaneira, foi a estreia vitoriosa de Desert Flower, numa eliminatória disputada em Newmarket, na Inglaterra, por potrancas de 2 anos. Com dotação de £ 21 mil (cerca de R$ 150 mil), o páreo corrido em 1.400m na raia de grama, deu indícios de um futuro brilhante à corredora da Godolphin (replay abaixo).

Em condução tranquila de William Buick, a filha de Night of Thunder e Promising Run (Hard Spun) passou, sem briga, pela já corrida Flight, a quem derrotou por 3 corpos e 1/4. Treinada por Charlie Appleby, assinalou 1:25.76 para a distância.

A mãe de Desert Flower, Promising Run, foi uma múltipla ganhadora graduada, entre Dubai, Inglaterra e Turquia, gerada a partir da brasileira Aviacion (Know Heights). Criada pela Fazenda Mondesir, a quem também defendeu em campanha, Aviacion venceu, dentre outros páreos, o GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro (G1) de 2002, na Gávea. Em 2007, foi adquirida pelo Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, tendo, então, sido embarcada para o hemisfério norte, para lá servir como matriz.