Criação: aos 31 anos, um ponto final na vida de A. P. Indy
Lendário garanhão norte-americano teve seu falecimento anunciado pela Lane’s End Farm.
Longevidade. Influência. Simbolismo. Muitas são as palavras adequadas a qualificar a trajetória de A. P. Indy, nas pistas e na criação, sendo que ontem (21) teve fim a história de um dos mais importantes animais da história do turfe norte-americano.
A Lane’s End Farm, onde o garanhão foi criado bem como onde residia, de longa data, anunciou o falecimento de A. P. Indy, na tarde de sexta-feira, em razão de causas naturais. Segundo a nota, A. P. Indy desapareceu de modo sereno, dentro da própria cocheira – que todos os anos recebia milhares de visitantes, entre curiosos e admiradores, à procura do garanhão símbolo do centro criatório da família Farish.
Nascido em 1989, A. P. Indy foi criado pelo fundador da Lane’s End, William Farish, e por seu sócio William Kilroy. Filho de Seattle Slew e Weekend Surprise (Secretariat), A. P. Indy foi levado a venda, quando potro, apenas 2 meses após seu irmão materno, Summer Squall (Storm Bird), ter vencido o Preakness Stakes (G1). Nos leilões de Keeneland, em julho de 1990, restou adquirido, pela elevada soma de US$ 2,9 milhões, pelo japonês Tomonori Tsurumaki. Enviado para as cocheiras do treinador Neil Drysdale, A. P. Indy tornaria-se, ainda em pista, um dos mais brilhantes corredores de sua época.
Aos 2 anos, A. P. Indy, além de uma eliminatória e de um allowance, venceu o Hollywood Futurity (G1). No início de 1992, conquistou o San Rafael Stakes (G1) e em seguida repetiu no Santa Anita Derby (G1). Um dos favoritos ao Kentucky Derby (G1), A. P. Indy foi retirado na manhã da prova, por ter se apresentado sentido do casco de seu anterior direito. Reapareceu no Peter Pan Stakes (G2) ainda no mês de maio, tendo vencido por ampla margem. Conquistou, na sequência, o Belmont Stakes (G1), encerrando o primeiro semestre de 1992 com 100% de aproveitamento.
Na sua primeira experiência contra os animais mais velhos e quando de sua única exibição fora dos Estados Unidos, A. P. Indy foi o quinto colocado no Molson Export Million Stakes (G2), em Woodbine. Retornando aos Estados Unidos, finalizou em terceiro na Jockey Club Gold Cup (G1), vencida por Pleasant Tap, em Belmont Park. Três semanas depois, bancou a desforra contra Pleasant Tap, a quem derrotou na Breeders’ Cup Classic (G1), disputada em Gulfstream Park, em sua derradeira exibição. Ao final da temporada, restou agraciado com os títulos de Melhor Potro de 3 anos e de Cavalo do Ano, nos Estados Unidos. Em 11 saídas, obteve 8 primeiros lugares e mais de US$ 2,9 milhões em prêmios.
A. P. Indy ingressou na reprodução, em 1993. Até a temporada de monta de 2011, quando foi aposentado, A. P. Indy deixou 18 gerações, a partir das quais foram produzidos 164 stakes winners e 94 vencedores de provas graduadas. Sua prole, com 13% de black type winners, faturou mais de US$ 137 milhões. Bernardini, Mineshaft, Rags To Riches e Pulpit (pai, por sua vez, do fenomenal Tapit) são apenas alguns dos mais brilhantes corredores produzidos por A. P. Indy, que venceu, por duas temporadas (2003 e 2006), a estatística geral de reprodutores, nos Estados Unidos.
Como avô materno, destacou-se no pedigree de 225 stakes winners (dentre os quais Super Saver, Royal Delta, Game Winner, Plum Pretty e Cloud Computing), dos quais 106 ganhadores de páreos graduados, sendo 27 de G1.
Abaixo, a vitória de A. P. Indy na Breeders' Cup Classic.