Ecos de Saratoga: da "super matriz" ao pedigree "brasileiro", em prova de G1
Disputa do Belmont Stakes (G1) - e provas anexas, em Saratoga - rendeu detalhes que vão além dos próprios resultados da pista.
No último final de semana, o hipódromo de Saratoga, nos Estados Unidos, viveu um final de semana diferente. Pela primeira vez, houve, ali, a disputa do Belmont Stakes (G1), a terceira prova da tríplice coroa norte-americana, que, em virtude da grande reforma à qual é submetido o hipódromo de Belmont Park, atualmente, ganhou uma "casa" provisória. Ainda assim, a maciça presente do público - sempre entusiasta - de Saratoga, somada à presença de excelentes animais, profissionais e coudelarias ao meeting, renderá, por certo, boas lembranças a respeito desse conjunto de reuniões.
Dornoch, filho de Good Magic e Puca, de criação de Grandview Equine e propriedade de West Paces Races e outros, foi o grande protagonista, de todo o festival, ao conquistar o Belmont Stakes (G1), em final emocionante. Conduzido por Luis Saez, impôs ao, até então, invicto, Mindframe, sua primeira derrota. Favorito dos apostadores, Sierra Leone enfrentou a ingrata missão de atropelar numa raia que, ao que tudo indicava, estava mais propícia às corridas dos voluntariosos e, assim, teve de se contentar com o terceiro lugar.
Treinado por Danny Gargan, Dornoch obteve sua 4ª vitória (a primeira de G1) em 8 corridas. Além do seu próprio retrospecto, brilhou, no ato, a produção de sua mãe, enquanto matriz. Puca (ganhadora de stakes e segunda colocada no Gazelle Stakes [G2]) teve, ali, seu segundo produto vitorioso, numa prova da tríplice coroa local. No ano passado, o irmão próprio de Dornoch, Mage, venceu o Kentucky Derby (G1).
Até então, apenas Better Than Honour (descendente da mesma linha materna que aproveita aos pedigrees, dentre outros, de Can The Man e First Captain) havia conseguido o feito, de revelar dois ganhadores da exigente trinca de corridas. É ela a mãe da excelente Rags To Riches e de Jazil, ambos vencedores do Belmont Stakes (G1).
Puca possui um potro, ao pé, nascido no primeiro semestre deste ano, também irmão próprio de Dornoch e Mage. Para o ano que vem, igualmente, encontra-se "cheia" de Good Magic.
Além da já noticiada vitória de Ice Chocolat no Poker Stakes (G3), outro resultado, na jornada, que chamou atenção dos turfistas brasileiros foi a conquista da argentina Didia (Orpen) no New York Stakes (G1, 1.900m/grama). Essa foi a primeira vitória de graduação máxima da crioula do Haras La Manija, no hemisfério norte.
A mãe de Didia é a brasileira Delambre (Rainbow Corner), que foi criada pelo Haras Campestre, tendo, em campanha, escoltado Anuarzito no GP ABCPCC (G1), na Gávea.
Para todos os efeitos, as corridas em Saratoga renderam ao público, presente, remoto e independente de sua nacionalidade, atuações de animais plenos de talento. Repetindo a conquista do Kentucky Oaks (G1), Thorpedo Anna (Fast Anna e Sataves, por Uncle Mo) venceu, de modo incontestável, o Acorn Stakes (G1) - firmando-se como a melhor potranca de 3 anos dos Estados Unidos. Já Cogburn (Not This Time e In A Jif, por Saintly Look) bateu o recorde dos 1.100m na grama, ao vencer, aos esbarros, o Jaipur Stakes (G1) - demonstrando que, "no curto e na grama", naquele país, não há adversários à sua altura.