Em busca da consagração, Enable encara dezesseis no Prix l’Arc de Triomphe (gr.I)
Artigo de desejo entre criadores, proprietários e profissionais mundo afora, o Arco ganhará sua versão 2017 no próximo domingo.
Binóculos, câmeras fotográficas e olhares atentos de centenas de milhares de aficionados, ao vivo e via satélite, se focarão, no próximo domingo, em mais uma edição do Prix l’Arc de Triomphe (gr.I). Tida, por muitos, como a corrida mais almejada do mundo, a disputa máxima francesa reunirá 17 animais na composição de seu lote. Dentre eles, o artigo de maior destaque no turfe do velho continente em 2017: Enable.
Vencedora das versões britânica e irlandesa do Oaks (gr.I) e maestrina de um massacre orquestrado para cima dos machos no King George VI & Queen Elizabeth Stakes (gr.I), a potranca do Príncipe Khalid Abdullah poderá manter a prevalência feminina nas versões mais recentes do Arco. Das últimas 10 edições do páreo, 6 foram vencidas por éguas – incluindo o êxito de Found, no ano passado.
Se uma vitória no domingo consagrará, em definitivo, a campanha da filha de Nathaniel, significado semelhante o terá para Lanfranco Dettori. O bridão italiano, notabilizado como o jóquei número um da Godolphin por mais de uma década, vivenciou altos e baixos – inclusive em delicadas passagens de sua vida pessoal – após o rompimento com a farda azul. Com talento de sobra, porém, Dettori deu a volta por cima e agora se encontra na iminência de conquistar a quinta vitória no Prix l’Arc de Triomphe. Caso o faça, o piloto se tornará o recordista em troféus no páreo – deixando para trás verdadeiras lendas das rédeas, como Yves Saint-Martin e Jacques Doyasbère.
Para que tudo isso se concretize, porém, Enable precisará, obviamente, cruzar o disco em primeiro. Na tentativa de impedir o feito, talvez não haja um nome de tamanha evidência quanto Ulysses. Maduro e correndo cada dia mais, o filho de Galileo venceu, em 2017, os Eclipse Stakes (gr.I), International Stakes (gr.I) e foi quem mais se aproximou de Enable no King George.
Se Enable passou intacta, conforme escrito, pelos Oaks disputados em solos britânico e irlandês, Winter (Galileo) protagonizou algo parecido. Vencedora das versões do 1000 Guineas (gr.I) disputadas em ambos os países, no ano de 2017, a tordilha da Coolmore apresenta-se como a principal cartada de Aidan O’Brien, que em 2016 emplacou uma histórica trifeta no páreo. O profissional, aliás, que persegue seu terceiro êxito na competição, conta, ainda, com as inscrições do atual derby winner francês, Capri; da múltipla ganhadora de G1, Seventh Heaven; do atual terceiro colocado no páreo, Order of St. George; e do provável coelho, Idaho. Todos filhos de Galileo.
Vitorioso na Poule d’Essai des Poulains (gr.I), Brametot (Rajsaman) representa boa parte das esperanças da casa. Já a estrela nipônica Satono Diamond (Deep Impact) tentará render à criação de seu país conquista outrora utópica – mas que os japoneses vêm namorando, de perto, há mais de uma década.
Dschingis Secret, Zarak, Cloth of Stars, Plumatic, Iquitos, Silverwave, One Foot In Heaven, Doha Dream e Satono Noblesse completam o lote.
Amanhã, cinco corridas graduadas – incluindo o G1 dos fundistas no Prix du Cadran – darão início às festividades. No domingo, além do Arco, os Prix l’Opera (gr.I, em 2.000m/grama, para éguas de 3 e mais anos), Prix Marcel Boussac – Criterium des Pouliches (gr.I, em 1.600m/grama, para potrancas de 2 anos), Prix Jean-Luc Lagardere – Grand Criterium (gr.I, em 1.600m/grama, para produtos de 2 anos), Prix l’Abbaye de Longchamp (gr.I, em 1.000m/grama, para produtos de 2 e mais anos) e o Prix de la Foret (gr.I, em 1.400m/grama, para produtos de 3 e mais anos) darão o tom à programação de Chantilly.
A exemplo do ocorrido no biênio 1943 e 1944, no extinto hipódromo du Tremblay, o festival máximo francês completará seu segundo ano longe de Longchamp, que passa por reformas. Se o fator charme, porém, transforma o Arco em algo tão especial, por certo que Chantilly não deixou nada a desejar. Em 2018, o bom filho à casa tornará.