Em final dramático, Sinsel conquista o Grande Prêmio Brasil (G1) - Shopping Leblon
Potro do Stud Red Rafa obteve seu mais importante êxito, numa edição, que, regada a emocionantes nuances, ficará marcada dentre as mais emocionantes de toda a história da competição.

Sinsel: campeão do GP Brasil, em final de emoção.
Imagem: Sylvio Rondinelli/JCB
Os instantes que separaram a chegada do Grande Prêmio Brasil (G1) - Shopping Leblon e a revelação do resultado do páreo, no slow motion da transmissão do Jockey Club Brasileiro, pareceram durar uma eternidade. Espanto, emoção e comemoração estampavam as faces dos turfistas presentes ao Hipódromo da Gávea - e provocavam uma mistura de sensações, que, marcará para sempre, a versão 2025 da prova máxima, como uma das suas mais emocionantes.
Com a repetição dos lances decisivos do páreo, então, o público conheceu em Sinsel, 3 anos, filho de Alpha e Golden Land (Nedawi), de criação e propriedade do Stud Red Rafa, o mais novo campeão do GP Brasil.
Não sem antes, repita-se, testemunhar um desfecho para lá de dramático - e emocionante.
Galo White forçou, após a largada, e assumiu a primeira colocação. Bourgogne, a exemplo do visto no GP São Paulo, quando cumpriu papel de faixa para Dream Alliance (também anotado na prova, correndo em décimo sexto), acelerou o ritmo do líder, ocupando o segundo lugar. Oviedo, pelos paus, era o terceiro, sem permitir que os dois da frente se desvencilhassem de si. Sinsel, por sua vez, era o quarto colocado. Na altura da última curva, notava-se que o quarteto da frente abria considerável margem sobre os demais - o que já se apresentava, desde logo, como um dificultador para qualquer um que quisesse alcançar, sobretudo, Sinsel: com Leandro Henrique a tiracolo, o castanho demonstrava estar sobrando nas mãos de seu jóquei, que, quando bem entendesse, dominaria o trio de oponentes.
Sinsel, de fato, não encontrou dificuldades para tomar conta do páreo, na altura dos últimos 350 metros. Quando notou, então, o arremate de Ethereum, Henrique exigiu seu conduzido. "Costurando" uma passagem, um bocado mais atrás, Mc Arrocha embalava, em busca dos ponteiros.
No momento em que as atenções do público turfista concentravam-se no possível duelo desenhado para Sinsel e Ethereum, o desfecho da prova ganhou o reforço de um nome que, por milésimos de segundo, não restou alçado da condição de coadjuvante de luxo a de seu principal protagonista. Atropelando rente à cerca interna, Valparaíso, que, após a largada, havia sobrado, distante, para o último lugar, juntou-se, efetivamente, à disputa pela ponta, nos últimos 100 metros.
Não bastasse a emoção inerente ao próprio panorama de indefinição do páreo, houve, então, um lance que tornou tudo ainda mais dramático, estalando os nervos à flor da pele. Reputando Ethereum como uma adversária já batida e não enxergando risco na atropelada de Mc Arrocha, Leandro Henrique pôs-se em pé, nos estribos de Sinsel, para comemorar sua vitória. Por descuido ou excesso de confiança, fato é que, na baliza um, a ação de Valparaíso parece ter passado despercebida pelo piloto.
Nisso, Sinsel e Valparaíso cruzaram o disco emparelhados, sem que, "a olho nu", fosse possível cravar o resultado do páreo.
No replay, em câmera lenta, então, os telões e televisores exibiam a vantagem mínima detida por Sinsel sobre o adversário.
Tendo despontado como nome promissor de sua geração, Valparaíso, a priori, parecia não passar, de fato, de uma mera promessa. Recuperando, contudo, todo o seu poderio locomotor, o corredor, que vinha de vencer corrida preparatória, voltou a atuar com brilho e, em grande medida, foi responsável por transformar a chegada do GP Brasil, numa das suas mais emocionantes.
Ethereum finalizou em terceiro. O jóquei José Aparecido reclamou prejuízos contra Sinsel, mas o páreo foi confirmado, na ordem de chegada. Mc Arrocha ficou com o quarto posto e Galo White com o quinto. A seguir, Sparco, Obataye, To Sir With Love, Dream Alliance, Nudini, Bubbly Rain, Olympic Oman, Rick The Great, Oviedo, Riesling, Bourgogne, Tyrion, Reyes, Gracie e Keep Legendary.
Ao conquistar, pela sexta vez, o GP Brasil, Luiz Esteves igualou o recorde compartilhado, até então, por Ernani de Freitas e Venâncio Nahid. Destaque de sua classe, Esteves torna seus números cada vez mais impactantes e de improvável repetição, por quem quer que seja.
Leandro Henrique, a despeito de tamanha dramaticidade, passa a mirar o primeiro troféu de GP Brasil, na já vasta prateleira do jóquei, que, em meio a grandes prêmios e estatísticas, postula a condição de bridão número um do país.
O Stud Red Rafa, dono de resultado e aproveitamento clássico fantásticos, alcançou, depois de diversos Grupos 1 e provas de renome, a mais importante de todas elas.
Em 6 corridas, Sinsel obteve, até aqui, 3 primeiros lugares. Também ganhador do GP Francisco Eduardo e Linneo Eduardo de Paula Machado (G1) e segundo colocado no GP Cruzeiro do Sul (G1), o corredor, no clímax de sua campanha, percorreu a milha e meia no tempo de 2:24.40.