Pedigree & Black Type: os Ganhadores Clássicos no Brasil - 13ª Edição
Nesta edição: Wave Red, Mary Jane e Kopenhagen
Wave Red – Criação e propriedade: Haras Free Way
Clássico Presidente Erasmo Teixeira de Assumpção (L) – 1.000m/grama – Éguas de 3 e mais anos – Cidade Jardim
Tendo iniciado sua campanha em “pencas”, Wave Red revelou-se, no hipódromo, elemento de destacados recursos nas provas de tiro curto. Ela pertence à produção do nacional Skypilot (Put It Back e Ilang-Ilang, por Tokatee), um dos líderes da geração nascida, em 2005, no Brasil. Chegou ao GP Juliano Martins (G1) de 2008 na condição de corredor invicto, e ali teve de se ver com ninguém menos que Fluke. Numa disputa das mais intensas, Skypilot bateu Fluke, na despedida do craque do Haras Doce Vale, das pistas nacionais.
Skypilot encerrou campanha com 4 vitórias (3 clássicas) em 7 saídas. Trata-se de um irmão materno da não menos destacada Daffy Girl, múltipla ganhadora de G1 e última fêmea a vencer o Derby Carioca, contra os machos.
A quarta mãe de Wave Red é Easy `n Gold (Slew O`Gold), que foi trazida, da América do Norrte ao Brasil, pelo Haras Ponta Porã, tendo aqui deixado um único produto – Forefortune (Mining), a terceira mãe de Wave Red. Antes de sua importação, Easy `n Gold deu à luz Diexeland Gold, uma vencedora do Beaumont Stakes (G2) e avó materna do stakes winner Right Hand Man. Depois de parir Forefortune, Easy `n Gold (Slew O`Gold) foi enviada, novamente, para os Estados Unidos.
Já a quinta mãe de Wave Red, Easy To Copy (Affirmed), foi ganhadora de G2 na Itália e gerou o múltiplo ganhador de G3, na Inglaterra, Two-Twenty-Two, que viria a destacar-se, como garanhão, na Polônia. Por fim, figura como a sexta mãe de Wave Red, Talking Picture. Vencedora do Matron Stakes (G1) e do Spinaway Stakes (G1), Talking Picture foi a champion 2yo filly norte-americana de 1973, tendo se revelado, na reprodução, matriarca de grandes recursos.
Inbreedings de Wave Red: Northern Dancer (5x5x5) – Família 9-g.
Mary Jane – Criação: Haras Phillipson – Propriedade: Stud Quintella
Clássico Adil (L) – 3.000m/grama – Produtos de 3 e mais anos – Cidade Jardim
Acusando plena adaptação às distâncias mais alentadas, Mary Jane não apenas conquistou a segunda vitória clássica de sua campanha, como também anotou novo êxito black type para T. H. Approval (With Approval e Potrichal, por Potrillazo). O fundista norte-americano obteve 7 primeiros lugares em 28 saídas, com destaque para duas vitórias conseguidas no San Juan Capistrano Invitational Handicap (G2), além de êxito no Del Mar Handicap (G2).
Trazido pelo Haras Phllipson, para a América do Sul, T. H. Approval cumpriu suas primeiras quatro temporadas de monta no Uruguai, para depois visitar os campos brasileiros – e retornar, posteriormente, ao Uruguai. Aqui, apresentou-se enquanto múltiplo produtor clássico, incluindo o derby winner e herói do GP Carlos Pellegrini (G1), Não Da Mais que é, por ora, a principal gema de sua produção. A múltipla ganhadora de G1 Lepate Goose (recentemente incorporada ao plantel de matrizes do Haras Phillipson) e a uruguaia, vencedora de G3 e listed na França, Gaga A, encabeçam o stud record do garanhão.
A mãe de Mary Jane, Club Med (Revê Doré), não correu. Em compensação, além do referido fundista, também produziu Gas Total, que após obter colocações de G1 e G3 entre Brasil e Argentina, foi enviada para os Estados Unidos, onde venceu o Osunitas Stakes e finalizou em segundo no Vanity Stakes (G1). Argentina, criada pelo Haras La Doma, a quarta mãe de Mary Jane, Tell Suit (Two Harbors) produziu, dentre outros, Uracão Negro, vencedor do GP Consagração (G1). Trata-se, ainda, da segunda mãe do já citado Não Da Mais, e do múltiplo ganhador clássico Nhoquin.
Inbreedings de Mary Jane: Northern Dancer (5x4) – Família 21-a.
Kopenhagen – Criação e propriedade: Haras Springfield
Clássico Delegações Turfísticas (L) – 2.200/areia – Produtos de 3 e mais anos – Cidade Jardim
Clássico Derby Paranaense (L) - 2.000m/areia - Produtos de 3 anos - Tarumã
Após vencer provas de bom padrão na areia de Curitiba, Kopenhagen foi levado a São Paulo para conquistar seu batismo clássico e novamente colocar em relevo o nome de Midshipman (Unbridled’s Song e Fleet Lady, por Avenue of Flags). Aos 2 anos, Midshipman venceu a Breeders’ Cup Juvenile (G1) – ocasião na qual derrotou, dentre outros, Pioneeof The Nile – e o Del Mar Futurity (G1), sagrando-se o melhor potro de 2 anos dos Estados Unidos, no respectivo Eclipse Award.
Alojado na seção norte-americana da Darley, Midshipman produziu as boas Princess Warrior e Lady Shipman, vencedoras de G2 e G3, respectivamente. Foi no Brasil, entretanto, que obteve suas primeiras vitórias de graduação máxima, como reprodutor – quando de sua passagem, por aqui, em shuttling realizado no ano de 2015. Além das respectivas ganhadoras dos Grandes Prêmios João Cecílio Ferraz (G1) e Zélia Gonzaga Peixoto de Castro (G1), Tweet e Tanganyka, Midshipman produziu Royal Ship, vencedor do GP Estado do Rio de Janeiro (G1) e cada vez mais próximo de estrear, nos Estados Unidos.
Kopenhagen descende de Left Handed (Vettori), que escoltou a produtora clássica, no exterior, Indochine, no GP João Cecílio Ferraz (G1) de 2006. Na reprodução, Left Handed gerou o versátil e longevo Qua Qua Qua, que peregrinou pelo Brasil, desenvolvendo campanha essencialmente clássica, tendo vencido prova de G2 e obtido dois segundos lugares no GP Presidente da República (G1). A segunda mãe de Kopenhagen, D`Amour (Tumble Lark), também originou o ganhador de listed Ke Amour, além de figurar como avó materna da clássica de G1, Vega Sicilia.
Terceira mãe de Kopenhagen, Sharp Profile (Northern Jove) foi importada, dos Estados Unidos, pelo Haras Rosa do Sul, e aqui venceu os Grandes Prêmios 25 de Janeiro (G2) e Jockey Club Brasileiro (G3). Na reprodução, originou Kalibanos, vencedor do GP Presidente Antonio Correa Barbosa (G2) e do Clássico Delegações Turfísticas (L), sem prejuízo de um quinto no UAE Derby (L), em Dubai.
Inbreedings de Kopenhagen: Mr. Prospector (5x4) – Família 3-d.
por Victor Corrêa