25 dez 2020 | 19:03:47

Pedigree & Black Type: os Ganhadores Clássicos no Brasil - 24ª Edição

Nesta edição: In Essence, Nice Lady, Penelope Charming e Y Gold.


In Essence

Imagem: Sylvio Rondinelli/Divulgação JCB

In Essence – Criação e Propriedade: Haras Santa Maria de Araras

Grande Prêmio Costa Ferraz (G3) – 1.000m/grama – Éguas de 3 e mais anos – Gávea

Na preparatória das fêmeas, para o Suckow, In Essence colaborou para os números, cada vez mais incríveis, de Wild Event (Wild Again e North of Eden, por Northfields), que em campanha venceu, além de outros 9 páreos, o Early Times Turf Classic S. (G1), nos Estados Unidos. Wild Event chegou a produzir stakes winners, em seu país natal, antes de embarcar para o Brasil. Foi radicado aqui, contudo, que atingiu números impressionantes. Wild Event foi eleito, por 5 vezes, Melhor Reprodutor, no Troféu Mossoró.

In Essence segue as pegadas de sua mãe, a velocista de altíssimo padrão, Requebra (Put It Back), que venceu 7 corridas, na Gávea, incluindo o já citado GP Major Suckow (G1), quando de seu mais importante êxito. Somaria, ainda, outras 5 vitórias clássicas, sem prejuízo de um segundo lugar para Taludo no GP ABCPCC (G1), em São Paulo. Antes de In Essence, já havia produzido Gol Na Certa, segundo colocado para Garbo Talks, no GP Estado do Rio de Janeiro (G1).

Requebra

Imagem: Gérson Martins/Divulgação JCB

Segunda mãe de In Essence, a argentina Talisa (Lode) venceu uma eliminatória, na Gávea, e entrou quarto para Be Fair no GP Henrique Possolo (G1). Obteve, ainda, terceiro lugar em G3. Produziu, além de Requebra, Occhiata, por sua vez terceira colocada no “Possolo” de Movie Star. Já a terceira mãe da corredora, Taroz (Capote), foi uma norte-americana, de 2 vitórias no país de origem, e que na América do Sul destacou-se pela múltipla ganhadora clássica (vitórias de G2 e G3 e segundo em G1, na Argentina) Tap (Mari’s Book). Além de ótima corredora, Tap produziu Tap Is Back, velocista múltiplo ganhador clássico, conhecido dos turfistas brasileiros – vez que desempenhou aqui sua campanha.

Na linha baixa de In Essence chama atenção, ainda, o nome de Hippodamia (Hail To Reason), sua quinta mãe. Norte-americana enviada inédita, à França, após ser adquirida por Daniel Wildenstein, na liquidação de Nelson Bunker Hunt, venceu, naquele país, o Criterium Des Pouliches (G1). A oitava mãe de In Essence, Your Hostess (Alibhai), é avó materna do ganhador do Kentucky Derby (G1), Majestic Prince.

Inbreedings de In Essence: Nearctic (4x5). Família 4-d.

Nice Lady – Criação: Haras Di Cellius – Propriedade: Stud Happy Again

Nice Lady

Imagem: Sylvio Rondinelli/Divulgação JCB

Grande Prêmio Adhemar e Roberto Gabizo de Faria (G3) – 1.000m/grama – Produtos de 3 e mais anos – Gávea

Nome de consistência, na primeira turma de velocistas do Rio de Janeiro, há mais de 1 ano, Nice Lady figura como o principal produto do nacional Taludo (Music Prospector e Assinatura, por Efesivo), um Champion Sprinter, no Troféu Mossoró, detentor de 9 vitórias – das quais 4 conseguidas em provas clássicas. A principal delas no Grande Prêmio ABCPCC (G1), de 2008, no qual derrotou a já citada Requebra. Segundo colocado no GP Major Suckow (G1), Taludo foi, ainda, até a Argentina, para finalizar em quinto para a excelente Pryka, no GP Felix de Alzaga Unzué (G1), a menos de 3 corpos da ganhadora. Taludo ingressou na reprodução em 2010.

Pocahontas

Imagem: Noelle Maladorna/Pinterest

Nice Lady é o único produto corrido, no Brasil, gerado por Lady Beauty (Spring Halo), de 8 primeiros lugares, na Gávea. Segunda mãe de Nice Lady, Swiss Beauty (Falcon Jet) não venceu, em campanha, mas revelou-se produtora clássica por meio de Joe Owen, um bicampeão do GP Presidente da República (à época, ainda prova de graduação máxima), em Cidade Jardim. Joe Owen hoje milita em meio à nova safra de reprodutores nacionais.

A francesa Imagery (Dancer’s Image), importada pelo Haras Santa Ana do Rio Grande, é a terceira mãe de Nice Lady. Seu principal produto foi o ganhador de G3, Makatani. Quarta mãe de Nice Lady, Wampum (Warfare), gerou a ganhadora de listed, na França, Fiddlers Fare. Wampum, filha da excelente Pocahontas (Roman), é irmã materna dos multiple stakes winners & multiple stakes winners producers, Chieftain e Tom Rolf – este o pai de Hoist The Flag. Pocahontas é filha de How (Princequillo), a ganhadora do Kentucky Oaks de 1951.

Inbreedings de Nice Lady: Raise A Native (5x5) e Hail To Reason (5x5). Família 9-h.

Penelope Charming – Criação e Propriedade: Haras do Morro

Grande Prêmio Sandpit (G3) – 1.000m/grama – Produtos de 3 e mais anos – Gávea

Penelope Charming

Imagem: Sylvio Rondinelli/Divulgação JCB

Dona de potente sprint final, Penelope Charming voltou a colocar, nos resultados de esfera clássica, o nome de Pioneering (Mr. Prospector e Terlingua, por Secretariat), que foi à raia por 6 vezes, nos Estados Unidos, obtendo 2 vitórias, em provas de chamada comum. Para seu ingresso na reprodução, o crioulo da Overbrook Farm apresentava como principal credencial – em detrimento da campanha de pouco destaque – sua filiação: trata-se de um irmão materno do fundamental Storm Cat. Ademais, a avó, Crimson Saint, havia produzido, além de Terlingua, o nosso – muito bem – conhecido Royal Academy.

Nos Estados Unidos, Pioneering destacou-se enquanto pai da ganhadora de G1, Behaving Badly, e avô materno do bom velocista Conquest Two Step. Vindo para o Brasil ao final da primeira década deste século, teve, logo em sua primeira geração, o ótimo Farrier, vitorioso, além da Taça de Prata (G1), no GP Conde de Herzberg (G2), que marcou a única derrota de Bal A Bali, antes de sua exportação. Meu Chuck e Emperor Cat figuram como seus outros dois produtos vencedores de graduação máxima, no Brasil.

Personal Hope

Imagem: Sport Horse Data/Pinterest

Penelope Charming é o primeiro produto de Royal Cause (Giant’s Causeway) cujo retrospecto indica 2 vitórias, em São Paulo. A mãe desta, All Royal (Kris S.), não correu, mas produziu, além de Royal Cause, a vencedora de 1 corrida, na Gávea, e dona de terceiro lugar em G2 e quarto lugar em G1, em Cidade Jardim, All Red. A exemplo de All Royal, a terceira mãe de Penelope Charming, All The Crown (Chief’s Crown), também não correu. Deu à luz o ganhador de G2, Devil’s Preacher; o terceiro colocado no Derby Italiano (G1), Coral Reef; e os clássicos de listed, All Hat e King’s Crown.

Quarta mãe de Penelope Charming, All The Years (Alydar) teve no vencedor do Santa Anita Derby (G1), Personal Hope (também quarto colocado no Kentucky Derby (G1) e no Preakness Stakes (G1)), o seu principal elemento. Já a quinta mãe da corredora, Thirty Years (Bold Hour), além de ter vencido o Little Silver Handicap (G3), igualmente gerou a vencedora de listed, Thirty Flags. Thirty Years também figura como avó materna de ganhadores de G3 e listed.

Inbreedings de Penelope Charming: Roberto (4x5), Nasrullah (5x5) e Princequillo (5x5). Rasmussen Factor em Terlingua (2x3). Família 8-c.

Y Gold – Criação e Propriedade: Haras Free Way

Y Gold

Imagem: Porfírio Menezes/Divulgação JCSP

Grande Prêmio Independência (G3) – 1.000m/grama – Éguas de 3 e mais anos – Cidade Jardim

Veloz e, por 3 corridas, invicta nas pistas de Cidade Jardim, Y Gold obteve seu batismo clássico e voltou a levar às manchetes o nome do nacional Skypilot (Put It Back e Ilang-Ilang, por Tokatee), um dos líderes da geração nascida, em 2005, no Brasil. Chegou ao GP Juliano Martins (G1) de 2008 na condição de corredor invicto, e ali teve de se ver com ninguém menos que Fluke. Numa disputa das mais intensas, Skypilot bateu Fluke, na despedida do craque do Haras Doce Vale, das pistas nacionais.

Skypilot encerrou campanha com 4 vitórias (3 clássicas) em 7 saídas. Trata-se de um irmão materno da não menos destacada Daffy Girl, múltipla ganhadora de G1 e última fêmea a vencer o Derby Carioca, contra os machos. Levado à reprodução, pelo Haras Free Way, Skypilot conta com apenas 54 produtos registrados no Stud Book Brasileiro, dos quais 46 correram e 4 são black type winners – ou seja, quase 10% dos animais corridos.

Mãe de Y Gold, Queen of Bagé (Vettori) foi égua de 5 vitórias, em Cidade Jardim. Queen of Bagé descende de Concerto de Cello (Kingmambo), uma norte-americana de apenas 2 saídas, na Gávea. A terceira mãe de Y Gold, Logiciel (Known Fact), foi uma britânica de 4 vitórias, na França, e que se destacou por ter produzido o nosso conhecido Talloires. Primeiramente, Talloires veio ao Brasil, em campanha, para finalizar em segundo, para El Sembrador, no “GP Brasil do Milhão”, em 1995. Depois, retornou para servir como garanhão, por aqui. Logiciel é, ainda, avó materna de Chestoria, vencedora de listed nos Estados Unidos. Igualmente, figura como quarta mãe de Second Table, um ganhador de G2, no Japão.

Six Sense

Imagem: JBIS

Na família materna de Y Gold, também merece relevo o nome da quarta mãe, Femina (Le Haar). Com colocações, na França, Femina é avó materna do ganhador de G1, Will Dancer; do ganhador de G2, Dancing Eagle; e do ganhador de listed, Wind Symbol. Também consta como terceira mãe de Daneskaya, vencedora de G2, na França, e que levada ao Japão originou Six Sense, um ganhador Satsuki Sho (G1), a versão local do 2000 Guineas.

Inbreedings de Y Gold: Mr. Prospector (4x4) e In Reality (5x5). Família 16-g.


por Victor Corrêa

Mais notícias

Poseidon supera Don Miloca em Cidade Jardim

Defensor do Stud Ponta Kayana venceu a Prova Especial 29 de Outubro.

Mensagem do Presidente: Jockey Club Brasileiro, recordista em matéria de desrespeito

Quando se pensa que o ano de 2020 já foi suficiente para tantos absurdos praticados em nome do Jockey Club Brasileiro, vem à percepção do contrário: sempre há o que piorar e registrar o presente, não bastassem todos os pesares, com pecha de lamentável, nos anais do turfe carioca. Após o cancelamento de programas já formados na véspera das corridas,... [continua ]

Debaixo de chuva e controvérsias, Country House vence o Kentucky Derby (gr.I)

Filho de Lookin At Lucky foi beneficiado pela polêmica desclassificação de Maximum Security.