05 maio 2023 | 11:03:27

Pela centésima vez, o grande prêmio que faz os corações baterem mais forte

No próximo domingo, turfistas de todo o Brasil estarão a postos para a largada do 100º Grande Prêmio São Paulo. E para brindar uma história de tamanha imponência, uma programação repleta de atrações está à espera dos amantes das corridas de cavalo.


A largada de um GP São Paulo precede pouco mais de 2 minutos que, há 100 anos, ajudam a contar a história do turfe brasileiro.

Imagem: Porfírio Menezes/O Favorito Turfe

As efemérides, porque ajudando a recontar histórias a partir de um determinado aniversário do fato, habitam as redações e penas, de jornalistas e comunicadores, em todos os cantos, segmentos e épocas. Nenhuma efeméride, porém, talvez cause tanto impacto no interlocutor quanto um aniversário de 100 anos.

Cem anos é tempo suficiente para se construírem mitos e histórias que perduram para uma eternidade. O século é recorte temporal que define as linhas do tempo para a produção acadêmica dos estudiosos responsáveis por, daqui a mais 100, ou 1000 anos, fazerem com que populações futuras tomem conhecimento de como vivemos nos dias de hoje.

Eis que no próximo domingo, dia 7 de maio, será a vez do Grande Prêmio São Paulo restar disputado pela centésima vez. Há 100 anos, portanto, a cada mês de maio se processa a partida da corrida que, inevitavelmente, mexe com os corações dos aficionados, na maior cidade da América do Sul.

E o grande presente, nessa festa, é dedicado, justamente, ao público turfista. Logo mais, a programação de sexta-feira, que passará pela excelente jornada de sábado e terá como desfecho o domingo máximo do ano, desfilará animais de alta categoria que, por sua vez, protagonizarão importantes (e, ao que tudo indica, emocionantes) embates.

Além das provas especiais, há, como sabido, 12 corridas black type distribuídas entre os 3 dias de programação. Ainda assim, as maiores expectativas sempre recaem sobre as provas de G1 – e sobre o G2 do GP Presidente da República, por motivos que dispensam comentários a respeito. E logo na data de abertura, há 2 desses páreos de graduação máxima.

No GP João Cecílio Ferraz, Ocean Love é candidata a, na condição de favorita, render o primeiro G1 à “sensação” Camelot Kitten, enquanto reprodutor. A potranca do Haras Springfield, porém, atuará, pela primeira vez, na raia leve: suas duas vitórias, que lhe rendem a condição de corredora invicta, até aqui, foram obtidas no terreno anormal. A ex-líder Xianggang One, que, na última, teve contratempos antes do páreo e seu jóquei, durante a corrida, passou mal, é séria candidata a “melar” as pretensões de Ocean Love. Shallow Now, sempre por perto das duas, é outro nome potente na competição.

Pouco adiante, por ocasião do GP Juliano Martins, há aquele que, talvez, seja o páreo mais equilibrado de todo o final de semana, dentre as provas de G1. São vários os animais com possibilidades acesas de vitória. Desde Fígaro, brilhante vencedor da Copa ABCPCC Precocidade e Velocidade, que agora sobre de distância, passando por Olympic National, famoso desde os seus tempos de potro inédito e que deu um show na Gávea e chegando ao nome de Nolasco, em plena evolução e atual líder em São Paulo, a prova promete – também pela presença de outros tantos potros de bom nível – uma chegada eletrizante.

Passamos para o sábado. E, com ele, vê-se um dos animais de maior nível técnico e categoria dentre todos aqueles que abrilhantarão as corridas paulistanas, neste final de semana. Trata-se de Oriana do Iguassu, atual ganhadora do Troféu Mossoró na categoria de melhor potranca de 3 anos e que tentará, pelo segundo ano consecutivo, vencer o GP ABCPCC (G1). Vindo do Rio de Janeiro cantado em verso e prosa, Justiceiro Colt ficou próximo de bater o recorde do quilômetro, na Gávea, e resta apontado como o maior candidato à – ingrata – missão de desbancar a favorita do público turfista. Melhor adaptada na distância e voltando a correr na raia leve – sobre a qual costuma render o máximo de seu potencial, Empoderada busca surpreender os mais visados e ratificar sua condição de potranca de exceção.

Já no tradicionalíssimo Grande Prêmio OSAF (G1), ao que tudo indica há um predomínio, no campo dos destaques, das competidoras mais novas. Kenlova, múltipla ganhadora clássica em Cidade Jardim, chega ao embate credenciada por vitórias nas duas corridas preparatórias. Em que pese ter finalizado fora do marcador no “Diana” carioca, Exclamação chamou a atenção de todos ao chegar “voando” no disco, depois de um percurso nada amigável. Cada dia correndo mais, Miss Marcela (chegou a bater Kenlova numa das preparatórias, sendo, contudo, desclassificada) é outra que promete uma excelente atuação.

Digna de nota, ainda, a inscrição de Queen Leca. A uruguaia do Haras Phillipson é o primeiro animal treinado no exterior a participar de uma corrida, na capital paulista, em mais de 10 anos e tem sua atuação recoberta de expectativas. E não à toa: trata-se de uma das melhores fêmeas de sua geração (2019) em Maroñas, com direito a vitória no Clásico Estimulo (G2) e a um excelente segundo lugar para Queen of Clubs no GP Ciudad de Montevideo (G1).

Na hora e vez do domingo máximo do turfe paulista, os motores se acenderão com o alinhamento para o GP Presidente da República. Atravessando o melhor momento de sua campanha e tendo tudo para correr sobre a raia de sua maior predileção (o terreno leve), Raiolux impõem-se como inscrição poderosa. Ligeiro e resistente, o castanho somente teria suas possibilidades minadas na hipótese de um train de corrida absurdamente fora do normal – ou em razão de peripécias no percurso. De resto, é muito difícil acreditar numa derrota sua, em razão do que apresenta. O atual melhor milheiro do Brasil no Troféu Mossoró, Bien Sureño, vem encontrando em Raiolux um algoz cada dia mais indigesto, mas não lhe falta, por outro lado, categoria (de sobra) para, no embate mais importante da turma, bisar a vitória obtida em 2022. Coadjuvante de luxo em alguns dos melhores páreos da geração 2019, disputados na Gávea, Ushuaia Ibiza é proposta interessante àqueles que, por algum motivo, buscam uma alternativa aos favoritos “da casa”.

Será nas proximidades das 16 horas e 20 minutos, entretanto, que o rufar dos tambores se fará ouvir mais alto; e que os corações baterão mais forte. Alinhados em frente à arquibancada social, estarão os candidatos à glória na 100ª edição do Grande Prêmio São Paulo. A prova, aliás, poderá combinar a efeméride destacada no início de texto, com outro significativo “aniversário”: há 30 anos, o Haras Moema, uma das mais atuantes e tradicionais fardas do turfe paulista, que resiste ao tempo à base da paixão da Família Buffolo, é candidato a reviver o triunfo de Vomage, em 1993, desta feita a partir de Doutor Sureño. Sempre dono de bons exercícios, o castanho custou, porém, a se ajeitar, em corrida. Após o tratamento de um dente, que, ao que tudo indicava, comprometia suas conduções, o filho de Agnes Gold passou, então, a desfilar o maior de seu potencial. Vitorioso em uma das preparatórias, tende a ser o favorito nas apostas.

Quando Doutor Sureño venceu o “trial” do GP São Paulo, contudo, o favoritismo recaía sobre outro animal – que, novamente, estará em seu caminho. Maximum Drive, cujas melhores atuações deram-se, justamente, em 2.400 metros, será um adversário, e tanto, para Doutor Sureño. Além de poder tornar-se o primeiro cavalo treinado no Paraná a vencer o GP São Paulo, em toda a história, Maximum Drive levará em seu dorso, também, uma atração a parte: João Moreira, ídolo do turfe além-mares, busca anexar ao seu currículo, talhado a importantes conquistas obtidas, no Brasil e no exterior, o troféu da corrida máxima do local que serviu de palco à sua ascensão – e que lhe rendeu, pelo bordão do locutor Roberto Casella, o apelido de “Fantasma de Cidade Jardim”.

Ainda que seja incerta a sua participação na prova (também foi inscrito nos 3.000 metros do Clássico Adil), Não Dá Mais, independente de qualquer circunstância ou condição que permeiam sua aparição, é um capítulo à parte, na programação. Um dos melhores valores nacionais dos últimos anos, que consagrou a excelente campanha desenvolvida em Cidade Jardim ao bater, em solo argentino, a ninguém menos que Miriñaque, no GP Carlos Pellegrini (G1), o categorizado corredor do Haras Phillipson retornou ao Brasil, há pouco tempo, vindo da Europa. A pura e simples oportunidade de se acompanhar presença, no padoque e na pista, no próximo domingo, é rica experiência a ser desfrutada pelo público turfista.

Encontram-se inscritos, também, muitos outros animais de boa categoria e que podem, perfeitamente, vingarem na tão almejada disputa. Pista cheia para um momento extremamente especial, não apenas no final de semana, mas também em todo o calendário, do turfe nacional.

A festa do GP São Paulo 2023 começa às 13h30 desta sexta-feira, com a largada do primeiro páreo da programação.

 

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