Estudo analisa impacto da dominância na alimentação animal, em grupo
Projeto de pesquisa da Universidade de Bristol dedicou-se a analisar os impactos dos comportamentos dominantes, em populações equinas, durante alimentação, no pasto.
Quando o assunto é a convivência de populações equinas num mesmo ambiente, muito comenta-se sobre a influência que determinados indivíduos exercem nos hábitos alimentares dos demais. Alternância de piquetes, divisão de lotes para dormirem “presos” e outros “soltos”, dentre outras opções, são ações logísticas frequentes, vistas nos haras, mundo afora, a fim de permitir que os hábitos alimentares daqueles animais não sejam negativamente impactados, por motivos de convivência.
Mas, afinal de contas, quais são os reais impactos e desdobramentos, em matéria de alimentação, em grupos equinos que “competem” por um mesmo pasto?
Com a intenção de enfrentar a questão, um grupo de pesquisadores da Universidade de Bristol, propôs-se a estudar os hábitos alimentares de um mesmo grupo de equinos, sob o enfoque da influência da dominância – ou seja, em qual medida os líderes do lote comeriam mais e afastariam, os mais “fracos”, das melhores porções do pasto.
Ao todo, foram analisados 116 equinos, divididos em 20 lotes. Os animais restaram catalogados de acordo com a escala Henneke de avaliação física equina (clique aqui para saber mais), com pontuação de 4 a 8,5 pontos. O estudo foi conduzido durante o inverno, quando o pasto disponível é mais limitado e há, naturalmente, um maior ambiente de competição pelo alimento.
Durante os períodos de alimentação em grupo, no pasto, a duração, a frequência e o número de interrupções (comportamento vigilante, movimentação e interrupção do pastar para prestar atenção em outras coisas) foram anotados, como meio de medir a eficiência da alimentação, de cada um dos animais postos em observação.
Ao final do projeto, concluiu-se que a eficiência no pastar (com menos interrupções, dispersões ou distrações por parte do animal) possui uma correlação melhor estabelecida junto às condições corporais dos animais, do que questões relacionadas à dominância de um determinado indivíduo em detrimento de outros.
Em outras palavras, aqueles animais mais concentrados no ato alimentar são os que acusam melhores resultados corporais – havendo maior relação junto a isso do que a dominância exercida, particularmente, pelos “líderes” dos grupos estudados. Não foram identificadas variações relacionadas a idade e sexo.
Por outro lado, animais que se revelam atentos a ações ocorridas no entorno do grupo (erguendo a cabeça e orelhas, na ocasião de barulhos ou movimentos e, assim, interrompendo o ato de pastar) foram os que apresentaram as menores pontuações, em termos de condições corporais. Ou seja, animais vigilantes – que o fazem, inclusive, por exercerem papel dominante no grupo e prestam-se à função de “guarda” em benefício dos demais – costumam pastar menos e atingem pontuações menores de estrutura corporal.
A equipe responsável pelo estudo foi composta por Sarah Giles, Sean Rands (ambos vinculados à Universidade de Bristol), Pat Harris (junto ao Grupo de Estudos Equinos do Waltham Petcare Science Institute) e Christine Nicol (junto ao Royal Veterinary College).
Para acessar o estudo na íntegra, clique AQUI.
Para acessar a matéria publicada no website Horse Talk, clique AQUI.
Para acessar a matéria publicada no website Paulick Report, clique AQUI.