Não Da Mais (para os adversários): festa brasileira no GP Carlos Pellegrini (gr.I).
Brilho intenso de Afonso Flório Barbosa, Carlos Lavor e Haras Phillipson.
De ponta a ponta, numa demonstração incrível de seu poderio locomotor, Não Da Mais, 3 anos, filho de T. H. Approval e Espetacular (Pitu da Guanabara), de criação e propriedade do Haras Phillipson, foi o brilhante vencedor do Gran Premio Carlos Pellegrini (gr.I), em 2.400m na pista de grama (leve), para produtos de 3 e mais anos, disputado neste sábado (14), em San Isidro.
A exemplo do que já havia feito em suas conquistas mais importantes, na capital paulista, Não Da Mais assumiu a ponta, logo após a largada. Ao permitir que o brasileiro ditasse o ritmo da competição, emplacando parciais de 25.55 e 49.94, os argentinos incorreram em seu pecado capital: testemunharam, galão a galão, a construção de uma vitória irretocável.
Na reta final, quando Pure Nelson e Imperador partiram para cima de Não Da Mais, este voltou a fazer prova da valentia peculiar aos grandes campeões. A 150 metros do disco, enquanto sofria múltiplos ataques, Lavor, então, proferiu seu golpe de mestre: com o chicote na canhota, fez Não Da Mais trocar de mãos e ganhar o último fôlego necessário, para aparar os derradeiros avanços adversários.
Tricampeão do Grande Prêmio Brasil, vencedor do Grande Prêmio São Paulo, tríplice coroado e dono de troféus das principais provas do turfe brasileiro, Lavor cruzou o disco em pé, nos estribos de Não Da Mais: comemorações de uma vitória inédita, para a brilhante carreira de um dos maiores jóqueis da história do turfe brasileiro.
Miriñaque, vencedor do Derby do GP Nacional (gr.I) e da Polla de Potrillos (gr.I), formou a dupla a ¾ de corpo, com Francisco Leandro “up”. A bordo de Pure Nelson, Jorge Ricardo completou a trifeta dos jóqueis brasileiros. Imperador, do Stud Rio Dois Irmãos, foi o quarto. Teteze finalizou na quinta posição. George Washington, com reta atribulada, foi o nono e Agassi o décimo oitavo.
Radicado em Campinas/SP, Afonso Flório Barbosa crava seu nome na condição de primeiro treinador brasileiro a vencer, por duas vezes, a prova máxima do turfe argentino. Obteve sua primeira vitória, em 2012, com Going Somewhere, outro corredor do Haras Phillipson – por sua vez, primeiro criador e proprietário, do Brasil, a conquistar o bicampeonato do Pellegrini. Na retaguarda, a supervisão veterinária de Celso Bertolini, que atravessa as décadas na condição de um dos mais vitoriosos profissionais de sua classe.
Não Da Mais obteve a quinta vitória em 9 corridas. Além de êxito obtido, em eliminatória, na estreia, prevaleceu nos Grandes Prêmios Juliano Martins (gr.I), João Adhemar de Almeida Prado – Taça de Prata (gr.I) e no Derby Paulista (gr.I). Possui retrospecto vitorioso, portanto, dos 1.000 aos 2.400 metros. Desta feita, percorreu a milha e meia em 2:24.96.
Escorial – 1959
Immensity – 1983
Much Better – 1994
Gorylla – 2003
Xin Xu Lin – 2010
Going Somewhere – 2012
Não Da Mais - 2019