OSAF: Comitê de Veterinários, Químicos e do Bem Estar animal reuniu-se em Buenos Aires
Encontrou sediado na Argentina aconteceu nos últimos dias 4, 5 e 6 de setembro.
Na primeira semana de setembro, entre os dias 4 e 6, esteve reunido em Buenos Aires, na Argentina, o Comitê de Veterinários, Químicos e do Bem Estar animal da OSAF. Além das pautas regulares da reunião, o encontro incluiu visitas aos serviços, químico e veterinário, dos três hipódromos da capital portenha: La Plata, Palermo e San Isidro.
Representaram o Brasil, no encontro, Mirtes Velletri de Souza (Coordenadora do Departamento de Controle e Pesquisas Antidopagem do Jockey Club de São Paulo), Luís Renato Oseliero (Gerente do Departamento de Assistência Veterinária do Jockey Club de São Paulo) e Mayra Nouer Frederico (Superintendente da ABCPC/Stud Book Brasileiro e membra do Comitê de Veterinários, Químicos e do Bem Estar animal da OSAF).
Para muitos dos presentes ao encontro, se tratou da primeira oportunidade de se conhecer as instalações de químicas e veterinárias de um hipódromo da OSAF sediado num país vizinho. A experiência permitiu interação entre os representantes de cada país no que tange a troca de experiências e informações.
Na segunda-feira (4) pela manhã, houve visita ao laboratório e estrutura de controle antidoping do CENARD, que analisa as amostras das corridas de Palermo. À tarde, em meio a uma reunião turfística realizada em Palermo, acompanhou-se ao vivo os procedimentos de coleta pós-corridas no prado argentino.
Atividades semelhantes ocorreram no dia seguinte, terça-feira (5), quando os membros do Comitê estiveram presentes à Universidade de Ciências Veterinárias de La Plata, responsável pelo departamento antidoping do hipódromo homônimo. Houve, inclusive, uma apresentação sobre os mecanismos de coleta e análise levados a cabo. À tarde, durante as corridas realizadas em La Plata, os presentes novamente analisaram os procedimentos do departamento de controle antidoping realizados num dia regular de carreiras.
Por fim, na quarta-feira (6), foi a vez de San Isidro receber os visitantes. Pela rota, visitas – durante a manhã – ao laboratório de controle antidoping de San Isidro, à vila hípica, ao hospital veterinário e ao museu de hipologia de San Isidro. No período da tarde, assistiram às corridas e mais uma vez se fizeram presentes às coletas de urina e operações pós-corridas, no departamento veterinário.
Tendo por base as visitas feitas a cada um dos serviços de controle antidoping, os membros do Comitê elaboraram um memorando com sugestões extraídas das experiências tidas em cada um dos hipódromos, levando em conta as diferenças e peculiaridades identificadas. O documento restou entregue a representantes dos três hipódromos, com comentários desenvolvidos acerca dos seguintes pontos:
1) Controle das regulamentações sanitárias durante o ingresso dos animais em cada hipódromo
2) Registro individual dos animais que habitam as vilas hípicas
3) Requisição aos médicos veterinários para que mantenham controles de medicação terapêutica e outras práticas veterinárias dentro das cocheiras
4) Check-up em cada animal antes das corridas
5) Avaliação pormenorizada e observação dos animais em movimento na hipótese de ser identificada alguma anormalidade quanto ao seu equilíbrio
6) Solicitação de exames complementares/certificado de boa saúde a ser emitido pelo veterinário do animal para que sua inscrição seja possível após diagnóstico de moléstia ou dor intensa durante um check-up
7) Equipagem do serviço veterinário dispondo de todos os materiais necessários (gelo, medicação, banheiro, sombra, soro etc.) para assistir, imediatamente, a um animal com sinais da síndrome de exaustão durante um dia de corridas
8) Acompanhamento do veterinário presente ao partidor devidamente munido dos equipamentos e medicamentos necessários para eventual intervenção imediata, em caso de acidente
9) Registro adequado de informações sobre acidentes ocorridos
10) Coleta de amostras de sangue ou urina para controle de substâncias proibidas em animais que sofrem acidentes, fatais ou não fatais, durante uma corrida
11) Necropsias em casos de acidentes fatais, para confirmação de diagnóstico e obtenção de informações adicionais
12) Coleta de amostras de urina ou plasma para buscar substâncias proibidas em casos de acidentes
13) Certificações ISO dos departamentos de serviços veterinários para as práticas ali realizadas
14) Certificações ISO dos departamentos de serviços veterinários para os locais de coleta das amostras
15) Legislação para proteção equina ante maus tratos
Consubstancia-se no propósito do Comitê a tarefa de continuar identificando pontos para harmonizar, gerando uma maior conscientização sobre temas que antes não se abordavam, a fim de criar um caminho para as melhores práticas dentro dos hipódromos membros da OSAF, tanto nos departamentos de controle antidoping quanto veterinários.