09 abr 2020 | 23:48:49

Pedigree & Black Type: os Ganhadores Clássicos no Brasil - 7ª Edição

Nesta edição: Olympic Jolteon e Mais Que Bonita.


Dando sequência à análise dos pedigrees dos ganhadores clássicos, no Brasil, em 2020, chegamos aos ganhadores das segundas provas das tríplices coroas, em solo carioca.

Olympic Jolteon

Imagem: Sylvio Rondinelli/Divulgação JCB

Olympic Jolteon – Grande Prêmio Francisco Eduardo de Paula Machado (G1) – 2.000m/grama – Produtos de 3 anos – 2ª Prova da Tríplice Coroa de Potros – Criação e propriedade: Haras Regina – Rio de Janeiro.

Nome de destaque dentre os produtos da geração 2016, desde os 2 anos, Olympic Jolteon, ao obter seu batismo clássico, rendeu o primeiro êxito de graduação máxima ao reprodutor Elmustanser. Britânico, criado pela Shadwell, é filho do consagrado Machiavellian (pai, dentre muitos outros, de Street Cry; no Brasil conhecido, principalmente, por Vettori) na ganhadora de listed, Elfaslah (Green Desert), que também deu à luz Almutawakel, irmão próprio de Elmustanser, que, em 1999, venceu a Dubai World Cup (G1), além do Prix Jean-Prat (G1).

Elmustanser obteve 3 primeiros lugares em 23 saídas. Colocado clássico em Dubai (onde competiu contra o brasileiro Punch Punch, que lhe derrotou no Carnival de 2006), ingressou na reprodução, diretamente, no Brasil, cobrindo predominantemente para o Haras Estrela Energia, nas primeiras gerações (a inaugural, nascida em 2010). Conta com apenas 34 produtos registrados no Stud Book Brasileiro, sendo que o arenático Namur e o meio-fundista Energia Guest (ambos ganhadores clássicos) figuram como outros destaques de sua produção.

Lady Be Good

Imagem: Pinterest.com

Importada, dos Estados Unidos, pelo Haras Regina, a mãe de Olympic Jolteon, Olympic Special (North Light) competiu por duas vezes, na Gávea, vencendo em ambas. A segunda mãe de Olympic Special, Naughty Notions (Relaunch), produziu Negligee (Northern Afleet), ganhadora do Alcibiades Stakes (G1) e vendida, na condição de matriz (cheia de Distorted Humor, resultando em Al Debel, segundo colocado em listed, na França), para a Al Shaqab Racing, por US$ 1,25 milhão. Naughty Notions é filha de Taras Charmer (Majestic Light), segunda mãe – também – das ganhadoras de G3 Hula Queen (Irish River) e Loving Pride (Quiet American).

Sempre digna de menção, a sétima mãe de Olympic Jolteon, Lady Be Good (Better Self) nasceu em 1956 e é considerada como uma das mais destacadas matrizes, da criação internacional, na primeira metade do século XX. Consta nos pedigrees de diversos ganhadores clássicos e champions, dentre os quais Motivator, que venceu o Epsom Derby (G1) e produziu a bicampeã do Prix l’Arc de Triomphe (G1), Treve. Lady Be Good é a quarta mãe de Motivator.

Inbreedings de Olympic Jolteon: Mr. Prospector (3x4) e Danzig (4x4) – Família 8-h.

Mais Que Bonita – Grande Prêmio Diana (G1) – 2.000m/grama – 2ª Prova da Tríplice Coroa de Potrancas de 3 anos – Criação e propriedade: Stud Eternamente Rio – Rio de Janeiro

Mais Que Bonita

Imagem: Sylvio Rondinelli/Divulgação JCB

Após abrir a tríplice coroa, no GP Henrique Possolo (G1), Mais Que Bonita manteve sua caminhada, rumo ao cobiçado título, por meio de vitória emocionante, obtida sobre Helquis. O pai de Mais Que Bonita, Agnes Gold (Sunday Silence e Elizabeth Rose, por Northern Taste) foi à raia - no Japão, onde nasceu - por 7 vezes, convertendo 4 delas em vitórias. As principais, em duas listed races. Após 3 temporadas servindo, como garanhão, naquele país, veio ao Brasil, em 2009. Agnes Gold tem, em Mais Que Bonita, seu sexto produto ganhador de G1. Os outros 5: Ivar, Antonella Baby, Abidjan, Energia Fribby e Silence Is Gold.

Mais Que Bonita descende de Feia Que Dói (colocações em 3 saídas, na Gávea), que figura como a primeira (e única, até aqui) filha do excepcional Scat Daddy (tardiamente prestigiado, mas a tempo de produzir o tríplice coroado Justify, bem como a tempo de revolucionar a criação chilena) registrada no Stud Book Brasileiro. Feia Que Dói veio ao Brasil no ventre de sua mãe, Jorley (More Than Ready), importada pelo Stud Eternamente Rio, dos Estados Unidos, no ano 2000.

A quarta mãe de Mais Que Bonita, Young Flyer (Flying Paster) foi, em campanha, stakes winner. Na reprodução, gerou o ganhador do Hollywood Derby (G1) River Flyer (Riverman) e a ganhadora do Test Stakes (G1), Victory Ride (filha de Seeking The Gold, segunda mãe de Ride On Curlin (Curlin), segundo colocado para California Chrome no Preakness Stakes (G1)).

A quinta mãe, Slew (Bold Ruler) foi, na mesma medida, produtora de grupo 1 – Slews Exceller (Exceller), ganhadora do Flower Bowl Invitational Handicap (G1). Por fim, a sexta, Bayou (Hill Prince), foi uma das marcantes corredoras criadas pela Claiborne Farm, nos anos 1950, tendo ela vencido os Delaware Oaks, Acorn Stakes e Gazelle Handicap, êxitos que lhe renderam o título de Melhor Potranca de 3 anos, dos Estados Unidos, em 1957.

Inbreedings de Mais Que Bonita: Halo (3x5) – Família 9-f.


por Victor Corrêa

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