Aero Trem: uma viagem no tempo e na glória do PSI brasileiro, em Montevidéu
Corredor do Haras Old Friends foi o herói do Gran Premio Latinoamericano (G1), 30 anos após a conquista de Dark Brown, no mesmo Hipódromo de Maroñas. Criação brasileira aumentou sua vantagem no ranking da prova.
Neste domingo (24), em Maroñas, foi disputada a versão 2021 do Gran Premio Latinoamericano (G1), em 2.000m na raia de areia, para produtos de 3 e mais anos, com dotação de US$ 300 mil. Vitória consagradora do brasileiro Aero Trem, 6 anos, filho de Shanghai Bobby e Piace Molto (Gilded Time), de criação e propriedade do Haras Old Friends.
A chilena Le Da Vida, uma múltipla ganhadora de G1 em seu país natal, foi quem ditou o ritmo da prova, emplacando train intenso (completou os primeiros 800m em 46s17). Aero Trem, por sua vez, acionava entre as décima e décima primeira colocações, aguardando no fundo do pelotão.
Na cabeceira da curva, Aero Trem passou a ganhar posições. Numa condução das mais inspiradas de Vagner Leal, o brasileiro fez tudo por dentro: ganhando terreno precioso, Aero Trem girou para a reta final já em sexto, fazendo da porção interna da raia a trilha de sua atropelada.
Faltando 200 metros para o disco, Aero Trem e Atletico El Culano, que atropelava aberto, destacaram-se à frente dos demais. Atletico El Culano, filho dos brasileiros Alcorano e Alegre Baby, de criação e propriedade do Haras Bagé do Sul, empolgou os apostadores, que fizeram dele o favorito da prova. Nos lances decisivos, contudo, Aero Trem encontrou energias para resistir em primeiro e obter uma vitória inesquecível, por ¾ de corpo, sobre o potente adversário – que, em janeiro, havia vencido o GP José Pedro Ramirez (G1).
O bicampeão do GP Hipódromo Chile (G1), Win Here, foi o terceiro. Village King e Miriñaque, respectivamente vencedores dos Gran Premios Jockey Club (G1) e Nacional (G1), na Argentina, foram os quarto e quinto colocados, nessa ordem.
Mapa Mundi foi o décimo primeiro colocado.
Um dos treinadores brasileiros mais vitoriosos, em todos os tempos, Antonio Luis Cintra não apenas anexou, à sua galeria, troféu até então inédito: Tolu, que ocupa o número 1, dentre os profissionais de sua classe, radicados no Uruguai, emplacou ponta e dupla, num dos embates mais importantes do continente.
Protagonista mor da magna conquista, Aero Trem é dono de campanha incrível, repleta de êxitos importantes e histórias impressionantes. “Quase” tríplice coroado, em 2018 (faltou-lhe apenas o Derby do GP Nacional) e bicampeão do GP Pedro Piñeyrúa (URU-G1), Aero Trem foi capaz de resistir a uma gravíssima cólica, que demandou intervenção cirúrgica e, por muito pouco, não lhe tirou a vida. Dentro e fora das pistas, sempre carregou, consigo, a marca registrada dos grandes campeões.
Marca registrada, aliás, que ajuda a contar, não apenas a sua história, mas também revive a história do PSI brasileiro, no próprio GP Latinoamericano. Há 30 anos, no mesmo Hipódromo de Maroñas, Dark Brown venceu a primeira edição do páreo, brindando o Brasil com a sua primeira conquista, na prova. Agora, Aero Trem cujo pedigree foi desenvolvido, pelo Haras Old Friends, justamente a partir de linha materna do Haras Rosa do Sul (farda de Dark Brown), rendeu a 11ª vitória brasileira no “Latino”, permanecendo o país como o líder do ranking de animais vitoriosos.
Na vitória de número 11 de sua campanha, em 22 corridas, Aero Trem, ao percorrer os dois quilômetros na marca de 1:59.16, tornou-se o novo recordista, das respectivas distância e pista, em Maroñas.
Dark Brown – 1981
Duplex – 1982
Derek – 1983
Old Master – 1985
Falcon Jet – 1991
Much Better – 1994
Much Better – 1996
Jimwaki – 1998
Hot Six – 2009
Some In Tieme – 2016
AERO TREM - 2021