28 dez 2020 | 22:36:37

Pedigree & Black Type: os Ganhadores Clássicos no Brasil - 27ª Edição

Nesta edição: Hacienda, Love You More, Magia Negra, Mais Que Bonita e Prada.


Hacienda

Imagem: Sylvio Rondinelli/Divulgação JCB

Hacienda – Criação: Haras Santa Maria de Araras – Propriedade: Stud Verde

Clássico Armando Carneiro (L) – 2.000m/grama – Éguas de 3 e mais anos – Gávea

Ao conquistar seu batismo clássico, Hacienda somou novo êxito black type para Wild Event (Wild Again e North of Eden, por Northfields), que em campanha venceu, além de outros 9 páreos, o Early Times Turf Classic S. (G1), nos Estados Unidos. Wild Event chegou a produzir stakes winners, em seu país natal, antes de embarcar para o Brasil. Foi radicado aqui, contudo, que atingiu números impressionantes. Wild Event foi eleito, por 5 vezes, Melhor Reprodutor, no Troféu Mossoró.

Hacienda descende de Final Road, de 2 vitórias, e que finalizou, em terceiro, para Estrela Monarchos, no GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra (G1), sem prejuízo de outras colocações em provas de alta graduação. A segunda mãe de Hacienda, Jamaica Road (Ghadeer), foi, a exemplo de After Road, égua de 2 primeiros lugares, sendo que formou a dupla no GP Henrique Possolo (G1), vencido por Canzone, em 2001.

O grande destaque da produção de Jamaica Road é, sem dúvida, Quick Road, um dos melhores PSI brasileiros deste início de século XXI. Ganhador do GP São Paulo (G1), do Derby Paulista (G1) e de outras 2 provas de graduação máxima, Quick Road – de desaparecimento precoce – viria a revelar-se bom reprodutor, sendo pai de ganhadores de G1 no eixo Brasil-Argentina. Jamaica Road – via Voadeira – é, ainda, avó materna da múltipla ganhadora de G1, Happy To Be Me.

Quick Road

Imagem: Paulo Bezerra Jr./Divulgação JCSP

Terceira mãe de Hacienda, a argentina Ivette Bay (Halpern Bay), obteve 4 primeiros lugares e produziu, enquanto matriz, os ganhadores de graduação máxima Bold Start e Dawn Avalon. Esta, por sua vez, gerou os ganhadores de G1 e G2, respectivamente, Novellista e Casa Viva.

Pirovette (Master Bold), a quarta mãe de Hacienda, foi adquirida pelo Haras Santa Maria de Araras junto ao Haras Las Ortigas, representando a incorporação da linhagem, no Brasil. Pirovette venceu 4 corridas, na Gávea, incluindo os Grandes Prêmios Duque de Caxias (G2) e Onze de Julho (G3).

Inbreedings de Hacienda: Nearctic (4x5) e Northern Dancer (4x5). Família 2-h.

Love You More

Imagem: Porfírio Menezes/Divulgação JCSP

Love You More – Criação: Haras São José da Serra – Propriedade: Stud Eterno Amor

GP Presidente Roberto Alves de Almeida (G3) – 1.600m/areia – Éguas de 3 e mais anos – Cidade Jardim

Com campanha direcionada para os clássicos na areia, Love You More desempenhou com real agrado e marcou pontos importantes, na esfera clássica, para Forestry (Storm Cat e Shared Interest), que, após ser adquirido, enquanto yearling, por US$ 1,5 milhão, viria a obter, em campanha, 7 primeiros lugares em 11 saídas. Seu êxito de maior destaque ocorreu por conta do King’s Bishop Stakes (G1), em Saratoga, aos 3 anos. Filho de uma ganhadora de G1, que também produziu a ganhadora da Breeders’ Cup Juvenile Fillies (G1), Cash Run, Forestry foi levado à reprodução, no ano 2000.

Nos Estados Unidos, Forestry tornou-se múltiplo produtor de graduação máxima, incluindo – os atualmente reprodutores – Shackleford e Discreet Cat. Como avô materno, consta nos pedigrees, dentre outros, do vencedor do Kentucky Derby (G1), Nyquist. Forestry foi adquirido, em definitivo, por criadores brasileiros, no ano de 2014. Além de Love You More, aqui produziu a ganhadora de G1 Hembra e os ganhadores clássicos, exportados, Wind of Change, Orpheus, Na Balada e Itaperuna, além do versátil (e também vencedor de diversas provas black type) Royal Forestry. É pai, também, de Oceano Azul, que “pinta” como nome promissor, na geração 2018.

Idreamedadream, que encabeça a linha baixa de Love You More, é filha de Maria Star (Ghadeer), por sua vez mãe da ganhadora clássica Hope e avó materna de, também, de Intuição (colocada em G1 e recentemente exportada para os Estados Unidos). Maria Star descende de Exclusive Star (Nindiano), um dos melhores elementos da ótima geração de fêmeas nascida em 1991, tendo galgado posto de êxito ao vencer, principalmente, o Grande Prêmio Diana (G1) de 1995, na Gávea – além de outras três provas graduadas.

A sexta mãe de Love You More, Donosa (Timor), produziu a uma das grandes craques do Haras Abolengo: Dulcia, conhecida entre os turfistas brasileiros por ter vencido, em Cidade Jardim, o GP Presidente da República (G1), em 1974. Além de ter sido múltipla ganhadora clássica na argentina, uma vez exportada para os Estados Unidos também veio a conquistar expressivos resultados no hemisfério norte, onde venceu, dentre outros páreos, o Vanity Handicap (G1).

Inbreedings de Love You More: Northern Dancer (4x5) e Bold Ruler (5x5) – Família 6-a.

Magia Negra

Imagem: Porfírio Menezes/Divulgação JCSP

Magia Negra – Criação: Stud TNT – Propriedade: Stud Magia

Copa Japão de Turfe (G3) – 1.600m/grama – Éguas de 3 e mais anos – Cidade Jardim

Égua acostumada a emplacar corridas de recuperação, após largadas um tanto quanto “frias”, Magia Negra o fez com sucesso na Copa Japão e tornou-se novo elemento clássico produzido pelo nacional Molengão (Royal Academy e Court Lady, por Locris), que restou exportado logo após estrear com vitória esmagadora, na Gávea. Nos Estados Unidos, argolou outros 4 primeiros lugares e mais de US$ 600 mil em prêmios. Atuou com bom desempenho, na primeira turma do dirt, vencendo o San Antonio Handicap (G2), o Mervyn LeRoy Handicap (G2), formando a dupla no Santa Anita Handicap (G1) e finalizando em quarto na Hollywood Gold Cup (G1).

Trazido ao Brasil, após o encerramento de sua campanha – composta por 17 saídas – Molengão produziu, até aqui, 5 ganhadores clássicos. Além de Love You More, originou a excelente Zilber (ganhadora de G2 e listed, em Cidade Jardim, e, a exemplo do pai, enviada aos Estados Unidos), Aigua (GP 25 de Janeiro (G2), dentre outros), Kid Carson (listed) e Jolie Souvenir (listed).

Avanzado

Imagem: Benoit/Blood Horse

Mãe de Magia Negra, a francesa Altamira (Highest Honor) foi importada pelo Stud TNT, após ter vencido 2 corridas, em seu país natal. Descende de Prospector’s Star (Mr. Prospector), de 1 vitória na Grã-Bretanha e que também figura como mãe de Totostar, ganhadora de listed, na Itália, sendo Prospector’s Star, ainda, avó materna de Star of Akkar, uma múltipla ganhadora de G3, na França, e da ganhadora de listed, na Grã-Bretanha, Fashion Rocks.

Magia Negra apresenta, como terceira mãe, a norte-americana Astrious (Piaster), que, aos 2 anos, venceu o Oak Leaf Stakes (G1) - o atual Chandelier Stakes, disputado em Santa Anita. Trata-se do nosso conhecido Avanzado, vencedor do 2000 Guineas (G1), na Argentina, e nos Estados Unidos vitorioso, dentre outros páreos, do Ancient Title Breeders' Cup Handicap (G1). Também é avó materna de Auguri, ganhador de G2, na Argentina. A quarta mãe de Magia Negra, Lustruous Maiden (Prove It), é a terceira mãe da ganhadora de G3, Fancelineneighbor.

Inbreedings de Magia Negra: Native Dancer (6x5) e Prince Bio (6x6). Família 1-l.

Mais Que Bonita

Imagem: Sylvio Rondinelli/Divulgação JCB

Mais Que Bonita – Criação e Propriedade: Stud Eternamente Rio

Grande Prêmio Onze de Julho (G2) – 2.000/grama – Éguas de 4 e mais anos – Gávea

Grande Prêmio Duque de Caxias (G2) – 2.000m/grama – Éguas de 4 e mais anos – Gávea

Um dos principais nomes em meio às éguas do turfe brasileiro, em 2020, Mais Que Bonita emplacou a marca de Agnes Gold (Sunday Silence e Elizabeth Rose, por Northern Taste). Em campanha, no Japão, Agnes Gold foi à raia por 7 vezes, convertendo 4 delas em vitórias. As principais, em duas listed races.

Após 3 temporadas servindo, como garanhão, naquele país, Agnes Gold veio ao Brasil, em 2009. Conta com 9 ganhadores de graduação máxima, no stud record: Abu Dhabi, Antonella Baby, Abidjan, Energia Fribby, Hevea, Ivar, Olympic Jhonsnow, Silence Is Gold e a própria Mais Que Bonita.

Mais Que Bonita descende de Feia Que Dói (colocações em 3 saídas, na Gávea), que figura como a primeira (e única, até aqui) filha do excepcional Scat Daddy (tardiamente prestigiado, mas a tempo de produzir o tríplice coroado Justify, bem como a tempo de revolucionar a criação chilena) registrada no Stud Book Brasileiro. Feia Que Dói veio ao Brasil no ventre de sua mãe, Jorley (More Than Ready), importada pelo Stud Eternamente Rio, dos Estados Unidos, no ano 2000.

A quarta mãe de Mais Que Bonita, Young Flyer (Flying Paster) foi, em campanha, stakes winner. Na reprodução, gerou o ganhador do Hollywood Derby (G1) River Flyer (Riverman) e a ganhadora do Test Stakes (G1), Victory Ride (filha de Seeking The Gold, segunda mãe de Ride On Curlin (Curlin), segundo colocado para California Chrome no Preakness Stakes (G1)).

A quinta mãe, Slew (Bold Ruler) foi, na mesma medida, produtora de grupo 1 – Slews Exceller (Exceller), ganhadora do Flower Bowl Invitational Handicap (G1). Por fim, a sexta, Bayou (Hill Prince), foi uma das marcantes corredoras criadas pela Claiborne Farm, nos anos 1950, tendo ela vencido os Delaware Oaks, Acorn Stakes e Gazelle Handicap, êxitos que lhe renderam o título de Melhor Potranca de 3 anos, dos Estados Unidos, em 1957.

Inbreedings de Mais Que Bonita: Halo (3x5) – Família 9-f.

Prada

Imagem: Porfírio Menezes/Divulgação JCSP

Prada – Criação: Haras Santa Camila – Propriedade: Rach Stud

Grande Prêmio Presidente Antônio Grisi Filho (G2) – 1.600m/areia – Éguas de 3 e mais anos – Cidade Jardim

Clássico Natal (L) – 1.900m/areia – Éguas de 3 e mais anos – Cidade Jardim

Encerrando o ano na condição de melhor arenática de São Paulo, Prada ingressou no rol de ganhadores clássicos produzidos por Drosselmeyer (Distorted Humor e Golden Ballet, por Moscow Ballet), dono de 5 vitórias, nos Estados Unidos, e que figura como o primeiro ganhador da Breeders’ Cup Classic (G1) a servir no Brasil. Também vitorioso no Belmont Stakes (G1), Drosselmeyer veio, a princípio, em regime de shuttling. Posteriormente, teve seu alojamento fixado, em Bagé/RS.

Sem prejuízo de outros ganhadores clássicos, Drosselmeyer rendeu, na sua primeira geração nacional, nascida em 2013, King David, vencedor do GP Francisco Eduardo de Paula Machado (G1). Depois dele, vieram a Oaks Winner Sea Dream e, por fim, na geração 2016, Jolie Olímpica e Filo Di Arianna. Ambos puseram Drosselmeyer em posto de grande destaque, no ano de 2019, quando o semental foi eleito Melhor Reprodutor no Troféu Mossoró.

A exemplo da ilustre filha, Lucky Shot (First American) também foi arenática de ótimos recursos. Com 3 vitórias no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, venceu o GP Paulo José da Costa (G3) – assim como Prada – e o Clássico Imprensa – Ernani Pires Ferreira (L). A mãe de Lucky Shot, Hunter’s Dream (Much Better), conquistou 1 vitória, na Gávea. Ela descende da norte-americana Mistletoe And Ivy (Danzatore), importada pelo Stud TNT, que também deu à luz Ontemhojeesempre, ganhadora de G3.  

Quarta mãe de Prada, Santa’s Sister (Middle Brother) produziu a ganhadora de G3 na Irlanda, My Sister; da ganhadora de G3, nos Estados Unidos, Placer Queen; é a segunda mãe de Magic Cove (Kingmambo), ganhadora de listed na Irlanda; terceira de Dantsu Kissui, ganhador de listed, no Japão; a quarta – tal qual no caso de Magia Negra, portanto – de Mr. Lupton, ganhador de G2 e G3 entre Irlanda e Grã- Bretanha; e a quinta de Sir Maximillian, ganhador de G3, em Dubai, e de listed, na Irlanda.

Já a quinta mãe de Prada, Santa Paula (Santa Claus), uma irlandesa, produziu o ganhador do Premio Roma (G1) – e de G2, na Grã- Bretanha – Noble Saint, bem como é a segunda mãe de Squeak, uma vencedora do Matriarch Stakes (G1) e do Beverly Hills Handicap (G1), além de ter sido ganhadora de G3, na Inglaterra. Sexta mãe de Prada, a excelente Pocahontas (Roman) produziu os multiple stakes winners & multiple stakes winners producers, Chieftain e Tom Rolf – este o pai de Hoist The Flag. Pocahontas é filha de How (Princequillo), a ganhadora do Kentucky Oaks de 1951.

Inbreedings de Prada: Mr. Prospector (4x5) e Northern Dancer (5x5x5). Família 9-h.


por Victor Corrêa

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