03 jan 2021 | 21:54:44

Pedigree & Black Type: os Ganhadores Clássicos no Brasil - 31ª Edição

Nesta edição: Newark, Ribéry e Takashi.


Newark

Imagem: Daniel Neves/Divulgação JCP

Newark – Criação: Stud Chesapeake – Propriedade: Edson Alexandre

Clássico Ciro Frare (L) – 1.200m/areia – Produtos de 3 e mais anos – Tarumã

Numa atropelada à prova de – muita – chuva, Newark foi até Curitiba para vencer o “Velocidade” do GP Paraná e ingressar no rol de ganhadores clássicos produzidos por Setembro Chove (Fast Gold e Setting Trends, por Knifebox). Em pista, Setembro Chove converteu 9 das suas 27 saídas em vitórias.

Especializado na milha, Setembro Chove venceu o Clássico Semana Internacional (L) e o GP Henrique de Toledo Lara (G3), em Cidade Jardim, antes de ir até a Gávea para conquistar o GP Presidente da República (G1). De volta à capital paulista, bateu Nelore Porã no GP Governador do Estado (G2), na última atuação de Setembro Chove, em solo brasileiro. Depois disso, foi para Dubai e, por fim, desembarcou em Cingapura, onde venceu a Krani Mile (L), uma das mais importantes provas do turfe asiático.

Setembro Chove retornou ao Brasil, para servir como reprodutor, no ano de 2008. 10 dos seus 189 produtos registrados no Stud Book Brasileiro tornaram-se ganhadores clássicos (dos 1.200 aos 2.400 metros, entre grama e areia), sendo 6 de graduação máxima: Halston, Juno, Midsummer Rain, Love ‘n’ Happiness e Repeat Winner. Setembro Chove venceu, por 2 vezes, o Troféu Mossoró, na categoria de Melhor Reprodutor Nacional.

Newark descende de Irmadohomemra (Candy Stripes), uma norte-americana com 2 vitórias nos Estados Unidos, e que como reprodutora, no Brasil, deu à luz, além de Newark e da já citada Juno, e aos ganhadores de listed Flemington e Kranji. Irmadohomemra figura, ainda, como segunda mãe de Love ‘n’ Happiness (conforme acima, vencedora de graduação máxima).

Mutasaabeq

Imagem: Sarah Andrew/Thoroughbred Daily News

Mãe de Irmadohomemra, Breeze Las (It’s Freezing), venceu 1 corrida, nos EUA, e tornou-se sobretudo, uma avó materna de grande destaque. É ela a segunda mãe do stakes winner e colocado em G3, Honor The Fleet; de Pee Wee Reese, um ganhador de G2 e G3; de Cool Kowboy, múltiplo ganhador de G3, em Dubai; e de Mutasaabeq, um dos bons valores da geração 2018, nos EUA, onde venceu o Bourbon Stakes (G2) e, no dia de ontem (2 de janeiro) o Mucho Macho Man Stakes, passando a percorrer a trilha do próximo Kentucky Derby (G1).

Terceira mãe de Newark, Faneuil Lass (Somebody), conquistou 8 primeiros lugares, chegando à condição de múltipla ganhadora de G3 e colocada em G1. Gerou Sam Who, um multiple stakes winner, incluindo vitória em G3. Já a quarta mãe do velocista, Faneuil Girl (Bolinas Boy), foi detentora de 2 primeiros lugares e produziu Fiesta Lady, ganhadora do Matron Stakes (G1) e segunda mãe do múltiplo ganhador de G1, Thorn Song. Faneuil Girl produziu, ainda, o stakes winner Land Rush, segundo para Summer Squall no Bluegrass Stakes (G1).

Menção, ainda, para a quinta mãe de Newark, Miss Newcastle (Coaltown), que conquistou 15 vitórias e gerou os multiple stakes winners, Faneuil Boy, Faneuil Hall (também produtora clássica), além da mãe e avó materna de clássicos, Faneuil Lady.

Inbreedings de Newark: Nasrullah (6x5) e Northern Dancer (6x5). Família 9-e.

Ribéry

Imagem: Sylvio Rondinelli/Divulgação JCB

Ribéry – Criação e Propriedade: Haras Salamandra

Clássico OSAF (L) – 1.200m/areia – Produtos de 3 e mais anos – Gávea

Tendo obtido bela vitória, em vibrante atropelada, durante o meeting do GP Brasil, Ribéry tornou-se o primeiro produto clássico de Joe Owen (Christine’s Outlaw e Swiss Beauty, por Falcon Jet), que, em pista, conseguiu 7 primeiros lugares em 32 exibições.

A exemplo de Setembro Chove, mencionado acima, Joe Owen teve sua campanha executada, em sua maior parte, nas provas de milha, na grama. Nessa distância, conseguiu o raro feito, protagonizado por poucos animais, qual tenha sido um bicampeonato na versão paulista do Grande Prêmio Presidente da República (G1). Restou agraciado com o Troféu Mossoró de Melhor Milheiro, referente à temporada 2013/2014.

Levado à reprodução no ano de 2016, Joe Owen tem, justamente, na geração à qual pertence Ribéry, a sua primeira “fornada”. Conta com apenas 47 produtos registrados, até aqui, no Stud Book Brasileiro.

A mãe de Ribéry, Viva Carina (Our Emblem), obteve colocações, na Gávea. Trata-se de uma filha da norte-americana Ken de Saron (Kenmare), que venceu, aos 2 anos, nos EUA, o Selma Stakes (G3). Antes de vir ao Brasil, Ken de Saron, por lá originou Jipapibaquígrafo e Theatriken, donos de colocações em provas de G2 e listed, respectivamente, na França.

Importada, pelo Stud TNT, Ken de Saron revelou Sal Grosso, um múltiplo ganhador de G1, incluindo o Grande Prêmio São Paulo (G1), e segundo colocado – após um final quase que “medieval”, porque desapegado às normas de corridas modernas – para Belle Watling, no GP Latinoamericano (G1). Sal Grosso seria agraciado, na temporada 2009/2010, com o Troféu Mossoró de Cavalo do Ano e de Melhor Potro de 3 Anos. Outra menção clássica, na produção de Ken de Saron, é dedicada a Une Altre Etoile, clássica de listed, na Gávea.

Sal Grosso

Imagem: Paulo Bezerra Jr./Divulgação JCSP

Terceira mãe de Ribéry, Lyre de Saron (Luthier), obteve colocações, em campanha, e produziu a clássica de G3, na França, Lady de Saron, bem como a stakes winner, nos EUA, Lyre de Castelli. Lyre de Saron é, ainda, segunda mãe da ganhadora de G3, na Austrália, Zanetta, e terceira mãe do ganhador de G3, na França, El Valle.

Já a quarta mãe de Ribéry, Rose de Saron (Carvin), obteve 3 primeiros lugares, na França, onde formou a dupla no Prix Morny (G1) e finalizou em terceiro no Criterium des Pouliches (G1). Rose de Saron possui estreita ligação com o turfe brasileiro, uma vez que, além da linha desmembrada acima, também produziu a ganhadora de G2, Luth de Saron, que se firmaria como excelente reprodutora (múltipla produtora clássica), incluindo, em sua prole, o nome de Roi Normand.

Rose de Saron também chegaria no Brasil por meio de Third Wisky, sua neta materna, que restou importada pelo Haras do Verde Vale, na década de 1980. Trata-se da mãe do ganhador de G1, Omega Birth, e segunda mãe do ganhador de G1, Beduíno do Brasil, bem como da colocada em G1, Dunaway, e do ganhador de listed, Takashi (vide abaixo). Be Better, ganhadora de listed na Gávea, tem em Rose de Saron sua quinta mãe e é outro elemento clássico, proveniente desse ramo, aqui radicado.

Inbreedings de Ribéry: Native Dancer (5x5). Família 22-d.

Takashi

Imagem: Porfírio Menezes/Divulgação JCSP

Takashi – Criação: Haras Santarém – Propriedade: Stud Forza 3

Clássico João Tobias de Aguiar (L) – 1.200m/areia – Produtos de 3 e mais anos – Cidade Jardim

Invicto na raia de areia de Cidade Jardim, Takashi foi, no ano de 2020, um dos mais chamativos produtos de Pioneering (Mr. Prospector e Terlingua, por Secretariat), que foi à raia por 6 vezes, nos Estados Unidos, obtendo 2 vitórias, em provas de chamada comum. Para seu ingresso na reprodução, o crioulo da Overbrook Farm apresentava como principal credencial – em detrimento da campanha de pouco destaque – sua filiação: trata-se de um irmão materno do fundamental Storm Cat. Ademais, a avó, Crimson Saint, havia produzido, além de Terlingua, o nosso – muito bem – conhecido Royal Academy.

Nos Estados Unidos, Pioneering destacou-se enquanto pai da ganhadora de G1, Behaving Badly, e avô materno do bom velocista Conquest Two Step. Vindo para o Brasil ao final da primeira década deste século, teve, logo em sua primeira geração, o ótimo Farrier, vitorioso, além da Taça de Prata (G1), no GP Conde de Herzberg (G2), que marcou a única derrota de Bal A Bali, antes de sua exportação. Meu Chuck e Emperor Cat figuram como seus outros dois produtos vencedores de graduação máxima, no Brasil.

Iced Whisky (Redattore), a mãe de Takashi, conquistou 3 primeiros lugares, tendo sido clássica de listed. Ela descende de Third Whisky (Tyrant) – para a qual recomendam-se os comentários feitos acima. Third Whisky é uma filha de Percussion (Lyphard), de 1 vitória, na França, e que tem como mãe Rose de Saron (vide acima) cuja genética rendeu-nos, como dito, Roi Normand, pai de 66 de ganhadores clássicos, no Brasil.

Inbreedings de Takashi: Raise A Native (3x5), Bold Ruler (4x4) e Nasrullah (5x5x5). Ramussen Factor em Rose de Saron (4x5). Família 22-d.

por Victor Corrêa

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